domingo, 26 de outubro de 2008

Paraguai nega que invasão de terras tenha motivações xenófobas

O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, considera que as ocupações de propriedades de brasileiros em terras paraguaias são motivadas mais pela necessidade dos camponeses do que por atitudes xenófobas. As ocupações de fazendas em reivindicação de uma reforma agrária aumentaram em várias regiões do país após a posse de Lugo, em 15 de agosto, e alguns dos movimentos dos sem-terra ameaçaram expulsar das propriedades os chamados brasiguaios. Lugo pediu “racionalidade” para buscar uma saída à tensão instalada no campo ao afirmar que os movimentos camponeses são "movidos pela necessidade" e que não devem ser interpretados "como uma atitude xenófoba, de perseguição a estrangeiros". Calcula-se que 300 mil brasileiros, muitos deles com extensas propriedades agrícolas, residem no Paraguai em vários departamentos (Estados), principalmente fronteiriços com o Brasil, e grande parte deles se dedicam ao cultivo da soja. "Muitos dos chamados brasiguaios já são paraguaios, têm seus filhos, seus netos e estão legalmente sem motivo de preocupação", referiu Lugo, que disse ainda que até agora foram registradas 74 ocupações desde que se instalou seu governo.