sábado, 4 de outubro de 2008

Piloto Hélio Castro Neves é preso nos Estados Unidos, acusado de fraude, e liberado ao pagar fiança de US$ 10 milhões

O piloto brasileiro Hélio Castro Neves se declarou inocente na sexta-feira da acusação de ter fraudado o governo dos Estados Unidos em US$ 5,55 milhões (aproximadamente R$ 10,6 milhões) em impostos. Castro Neves, que chegou algemado e com correntes nos tornozelos no tribunal em Miami, foi liberado após pagar fiança de US$ 10 milhões, segundo o advogado do piloto, Mark Seiden. Hélio Castro Neves corre na F-Indy pela equipe Penske. De acordo com Seiden, o piloto está autorizado judicialmente a fazer viagens a trabalho dentro dos Estados Unidos, mas não poderá deixar o país até o julgamento, que deve acontecer em aproximadamente três meses. Hélio Castro Neves, assim como sua irmã Katiucia Castro Neves (também ré no caso), é cidadão norte-americano. David Garvin, que também representa a defesa de Hélio Castro Neves, alegou inocência do piloto. Também é réu no processo o advogado do piloto, Alan Miller. O piloto da Indy e a irmã ainda foram denunciados por outros seis crimes de evasão fiscal entre os anos de 1999 a 2004. Caso sejam condenados em todas as acusações, Castro Neves, que mora em Miami desde 1997, e Katiucia, residente dos EUA desde 1999 e que trabalhava como empresária do irmão, podem pegar até 35 anos de prisão, cinco pela tentativa de fraudar o governo dos Estados Unidos e cinco para cada um dos anos de evasão de divisas. O advogado, que foi acusado em apenas três dos seis anos de evasão fiscal, pode pegar no máximo 20 anos de prisão. Pela denúncia, Hélio Castro Neves, sua irmã Katiucia e o advogado Alan Miller usavam uma offshore no Panamá, chamada Seven Promotions, para receber boa parte do salário de Castro Neves como piloto e driblar o fisco norte-americano. Por três anos, Castro Neves recebeu US$ 6 milhões da Penske e de outros contratos, mas só reportou US$ 1 milhão em sua declaração de renda. O esquema usado pelo piloto, sua irmã e o advogado desviou mais de US$ 5 milhões, em um plano que fazia a Penske depositar seu salário fora do país para não pagar taxas. Pelas acusações da Promotoria americana, Katiucia ajudou a forjar declarações de renda falsas e transferiu dinheiro para uma conta na Suíça. Segundo a denúncia divulgada ontem na Flórida, Castro Neves ainda teria recebido US$ 600 mil em contratos de patrocínio com a empresa brasileira de importação e exportação Coimex Internacional SA, mas só declarou U$ 50 mil. "Usar offshores para evadir divisas é crime", afirmou Doug Shulman, agente do IRS (a Receita Federal dos Estados Unidos).