sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Votorantim admite perdas de R$ 2,2 bilhões com operações de câmbio

O grupo Votorantim admitiu nesta sexta-feira que vai arcar com um custo de R$ 2,2 bilhões para eliminar a exposição financeira da empresa às oscilações do câmbio. Anteriormente, Sadia e Aracruz já admitiram prejuízos milionários (de R$ 750 milhões e R$ 1,95 bilhão, respectivamente) com sua exposição à moeda norte-americana devido a operações no mercado futuro. Entre o final de agosto e de setembro, a cotação do dólar oscilou de R$ 1,63 para R$ 1,90, afetando as operações financeiras de muitas empresas brasileiras. E somente nos primeiros dias de outubro, o preço do dólar já bateu R$ 2,48, no pior momento da crise. Em seu comunicado ao mercado, o grupo Votorantim enfatiza que a geração de caixa do grupo foi de R$ 8,1 bilhões no ano passado, com projeção de R$ 8,4 bilhões para este ano, mas não dá indicação de que o prejuízo atual será contabilizado nos próximos balanços da empresa. Uma das empresas do grupo, o Banco Votorantim, emitiu um comunicado à parte para dizer que "não teve participação na formação das operações de "swap'" realizados pela Votorantim e que "não registrou qualquer prejuízo com a eliminação das referidas operações". Com toda certeza o grupo Votorantim vai sofrer um rebaixamento de seu ranking de risco. A Fitch Ratings colocou sob "observação negativa" o "rating" da VCP (Votorantim Celulose e Papel). A "observação negativa" significa que a nota dessa empresa está sob ameaça de rebaixamento, a exemplo do que já ocorreu com a Aracruz. A equipe econômica do governo Lula ainda não sabe bem o tamanho das perdas, mas avalia que podem ter um potencial significativo de estrago sobre a economia nacional. O número que circula no mercado é de R$ 40 bilhões, mas pode ser bem superior.