segunda-feira, 3 de novembro de 2008

“Doutor Honoris Causa” Tarso Genro diz que aliança entre PT e PMDB é impensável

Ao receber na noite de sexta-feira o título de Doutor Honoris Causa, da Universidade de Santa Cruz do Sul, o ministro da Justiça, Tarso Genro, comentou o resultado eleitoral alcançado pelo PT nas recentes eleições e admitiu, peremptório, que foi um erro seu partido não construir alianças mais amplas em cidades como Porto Alegre. Ele disse ainda que a lição será lembrada em 2010. Mas, descartou qualquer possibilidade de petistas se unirem aos peemedebistas para impedir a reeleição de Yeda Crusius (PSDB). É claro que o resultado das eleições influiu no seu ânimo de produzir uma reforma política. Ele anunciou que está trabalhando em um projeto para ser apresentado em breve: “Nesta segunda temos uma reunião do presidente Lula com a bancada gaúcha. Os deputados irão entregar a ele um documento de defesa da reforma política. Eu e o ministro das Relações Institucionais, José Mucio, fomos encarregados de formatar os cinco projetos de lei e um de emenda constitucional, que já estão prontos. Trabalhamos nisso durante a campanha eleitoral. Em novembro se abre um conjunto de audiências públicas e no fim do mês o Ministério da Justiça deve entregar ao presidente Lula a proposta final da reforma política. É possível formar maioria em cima de cada tema, o que vai facilitar a votação, que deve ocorrer no primeiro semestre do ano que vem”. Ele já antecipa alguns dos temas que deverão mudar: “Vamos prever financiamento público de campanha; votação em lista para valorizar os partidos políticos; proibição de coligações exclusivamente proporcionais, que geram oportunismo e confusão política. Se depender de mim deverá ir a votação a verticalidade das alianças para que os partidos sejam mais nacionais do que regionais; a proibição da soma de tempo de TV em coligações meramente regionais para reduzir a força dos partidos de aluguel; cláusula de barreira que vai cortar pela metade o número de partidos, mas vai preservar os principais, como o PCdoB, por exemplo. Toda democracia que se preze tem que ter um partido comunista, assim como um de direita, um de extrema esquerda. É um conjunto de medidas que vai sanear o sistema político do País, que se encontra numa situação de esgotamento”. Ou seja, o peremptório Tarso Genro quer ser o “novo Golbery”, tirar da cartola a mágica que pode lhe ser útil no momento. Ele já era o “Filinto Muller” da era petista, por ter entregue os boxeadores cubanos à sanha do ditador Fidel Castro. Analisando o processo eleitoral no Rio Grande do Sul, o “grande democrata” Tarso Genro, comunista do PCdoB, depois do PCR, que cansou de fazer reverência ao retrato de Stalin, não deixou novamente de atribuir culpa à imprensa pelos resultados do seu partido. Disse ele: “Acho que o resultado foi muito bom para a democracia em primeiro lugar. Se firmaram três fortes partidos nacionais, o PT, o PSDB e o PMDB. É bom que num regime democrático se tenham partidos fortes com atuação nacional. Nós gostaríamos de ter um resultado melhor, mas também estamos muito longe de um mau resultado. Pelo contrário, saímos bem. No Estado pulamos de 43 para 61 prefeituras, mas é claro que perdemos em cidades importantes. Tivemos um aprendizado muito importante, o de fazer alianças no interior do Estado. Onde nós fizemos alianças, tivemos humildade para apoiar inclusive candidatos que não são do partido, nos saímos bem. E Santa Cruz é um exemplo disso. Em cidades que não conseguimos fazer alianças não nos saímos bem. Porto Alegre é o exemplo. Tínhamos uma boa candidata, que no segundo turno mostrou que é uma grande debatedora, mas não conseguimos romper aquele isolamento a que somos submetidos em função de alguns acontecimentos políticos do País. E Porto Alegre ainda tem uma particularidade, há um massacre midiático sobre o PT. Basta comparar a cobertura que foi dada ao episódio do Detran e ao do mensalão. O mensalão parecia que era coisa gaúcha e o PT foi massacrado. Já a questão do Detran a imprensa cobriu com uma compreensão divina. E se vocês examinarem o processo do mensalão e o do Detran, vão ver que o mensalão era brincadeira ingênua de políticos perto do que ocorreu no Detran. Essa cobertura levou o partido para uma situação defensiva muito ruim. Isso nos prejudicou também”. Esse é Tarso Genro. Chamar o Mensalão de “brincadeira ingênua de políticos” diz tudo sobre ele e sobre as práticas do PT. Querer comparar o esquema corruptor petista do Mensalão com a falcatrua realizada por uma quadrilhazinha provinciana de espertalhões fala tudo sobre alguém que ainda se apresenta como ministro da Justiça. Claro, ele expressa a noção petista de Justiça. Especificamente sobre o cenário político do Rio Grande do Sul para os próximos dois anos, o peremptório Tarso Genro traz uma grande tranqüilidade aos gaúchos: ele diz que não há possibilidade de acordo com o PMDB para a sucessão estadual. Ufa.... que bom...... Disse Tarso Genro: “Nesta semana eu li uma entrevista do ex-governador Germano Rigotto e acho que ele colocou bem. PT e PMDB é um acordo eleitoral que pode ser viável nacionalmente, mas regionalmente o pólo político de oposição é o PT e o pólo de tradição é o PMDB. Não há essa perspectiva. É preciso fazer um diálogo para desanuviar o ambiente político no Estado, mas daí achar que o PMDB e o PT estarão dispostos a se apoiarem é absolutamente impensável. Aliança entre PT e PMDB é impensável aqui no Estado”. Jamais os gaúchos ouviram uma notícia tão boa para a democracia como esta que foi dada por Tarso Genro em Santa Cruz do Sul.