quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Hotel no centro de São Paulo foi usado como QG da espionagem da Polícia Federal

Suítes 501 e 502: o endereço secreto da Operação Satiagraha. Localizadas no quinto andar do São Paulo Inn Hotel, no Largo Santa Ifigênia, bem no centro de São Paulo, elas abrigaram o QG da Operação Satiagraha, destinada a investigar as atividades do banqueiro Daniel Dantas. Para agir com mais privacidade e desenvoltura, arapongas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e agentes da Polícia Federal chegaram a fechar todo o andar. Durante meses só podiam transitar por ali pessoas autorizadas por eles. Até as camareiras tinham de esperar por suas ordens. Cada suíte dispõe de um quarto, sala e dois banheiros. Numa das salas (com uma janela ampla, com vista para um prédio abandonado, um pedaço da Rua Brigadeiro Tobias e, mais ao longe, a Avenida Prestes Maia) ficavam três computadores e uma máquina de triturar papéis. Era ali que organizavam os grampos de telefones, faziam reuniões e redigiam os relatórios confidenciais da missão. Às vezes o delegado Protógenes Queiroz ligava para o serviço de quarto e pedia uma rodada de café. O delegado não dormia lá. Hospedava-se em um hotel bem próximo, o Shelton Inn, na Avenida Cásper Líbero e pertencente à mesma rede hoteleira. Ele ia a pé de um local a outro. Protógenes é bastante conhecido no São Paulo Inn. Pelos cálculos dos funcionários, há pelos menos quatro anos que ele costuma utilizar aquele endereço.