sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Indústrias de Santa Catarina querem linha de crédito de R$ 500 milhões para reparar danos

A Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina) propôs ao governo federal a criação de uma linha de crédito para capital de giro no valor de R$ 500 milhões para atender as empresas que utilizam gás natural. O recurso poderia ser liberado pelo BNDES. O pedido foi encaminhado ao presidente Lula e pretende atender as dificuldades das indústrias com a falta do combustível. Com as fortes chuva no Estado, um deslizamento de terra arrancou 60 metros do gasoduto no município catarinense de Gaspar. Segundo a Fiesc, já foram descartadas as duas hipóteses com as quais a indústria esperava minimizar os problemas decorrentes da falta do insumo: a antecipação da normalização do fornecimento do gás natural ou o suprimento emergencial com GLP (Gás Liquefeito de Petróleo). A previsão para conserto é de três semanas, mas alguns empresários já falam em mais tempo. Ao todo, 87 indústrias tiveram de adotar planos de contingência para continuar operando. Outras pararam a produção e negociam prazos e dívidas. As indústrias cerâmicas instaladas em Santa Catarina estão com a produção paralisada desde a última segunda-feira. Embora não sofram com inundações, as empresas sofrem a interrupção do abastecimento de gás natural depois que um duto rompeu na cidade de Gaspar. Sem combustível para o processo de produção, as empresas dispensaram os funcionários para uma licença remunerada sem previsão de retorno. As perdas em faturamento podem chegar a R$ 130 milhões em um mês, segundo previsão do presidente da Sindiceram (Sindicato das Indústrias de Cerâmica para Construção e de Olaria de Criciúma), Otmar Josef Muller. As indústrias cerâmicas de Santa Catarina, concentradas em sua maioria na região de Criciúma, representam uma parte das empresas que solicitaram ao governo uma linha especial de crédito de R$ 500 milhões junto ao BNDES. A produção de pisos, azulejos e peças de cerâmica em Santa Catarina alcança 6,6 milhões de metros quadrados por mês, cerca de 15,5% do estoque nacional, sendo 22% para exportação. Muller estima que mais de 5.000 funcionários estão de licença com a paralisação e afirmou que o setor está preocupado que a suspensão prejudique o atendimento dos pedidos. O Estado de Santa Catarina consome 1,7 milhão de metros cúbicos por dia de gás, sendo 1,3 milhão para o setor industrial.

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