segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Lula diz que sistema financeiro ruiu "como um castelo de cartas"

O presidente Lula criticou no sábado a "crença cega" na auto-regulação dos mercados financeiros, o que para ele resultou na atual crise financeira global, e pediu uma maior regulação a partir de agora, durante o discurso proferido na abertura da reunião do G20 financeiro, em São Paulo, convocada para discutir a crise internacional. Ministros de Economia e presidentes de bancos centrais das grandes economias desenvolvidas e emergentes prepararam a primeira cúpula de chefes de Estado do G20 financeiro, convocada pelo presidente norte-americano, George W. Bush, para o dia 15 de novembro, em Washington. "A crise é conseqüência da crença cega na capacidade de auto-regulação dos mercados e, em grande medida, na falta de controle sobre as atividades de agentes financeiros. Por muitos anos, especuladores tiveram lucros excessivos, investindo o dinheiro que não tinham em negócios mirabolantes. Todos estamos pagando por essa aventura", disse Lula em seu discurso. "Esse sistema ruiu como um castelo de cartas e com ele veio abaixo a fé dogmática no princípio da não intervenção do Estado na economia. Muitos dos que antes abominavam um maior papel do Estado na economia passaram a pedir desesperadamente sua ajuda", comentou ele. Para Lula, essas reformas devem ser norteadas pelos seguintes princípios: representatividade e legitimidade, ação coletiva dos países, boa governança nos mercados domésticos, responsabilidade, transparência e prevenção. "É hora de um pacto entre governos para uma criação de uma nova arquitetura financeira mundial", disse Lula ao pedir mais espaço para os emergentes nas decisões globais e destacar que os países em desenvolvimento respondem por 75% do crescimento da economia global nos últimos anos.