segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Israel intensifica ações militares contra bases dos terroristas do Hamas em Gaza

Israel iniciou no sábado uma operação militar de grande vulto contra pontos determinados da Faixa de Gaza, onde funcionam atividades da organização terrorista Hamas, que domina a região desde o ano passado, após uma curta guerra civil na qual expulsou as forças da Autoridade Nacional Palestina (Fatah). Um conjunto de 60 aviões e helicópteros lançaram bombas contra alvos cirúrgicos, instalações do Hamas onde são fabricadas bombas e míssesis que são jogados contra o sul de Israel, sistematicamente, há cerca de quatro anos. As operações de Israel produziram cerca de 280 mortos, a grande maioria terroristas do Hamas, embora também tenham ocorrido os chamados “danos colaterais”, com a morte de alguns civis. Isso acontece porque os terroristas do Hamas colocam suas instalações militares junto à população civil palestina, que serve de escudo para eles. O local mais atingido foi a cidade de Gaza, assim como Jan Younis e Rafah, no sul da faixa de Gaza. A Força Aérea de Israel disse que 95% dos objetivos foram atingidos e que a maioria das vítimas são membros do Hamas. A Defesa de Israel alegou que o alvo dos ataques aéreos era a "infra-estrutura terrorista" do grupo radical palestino Hamas, acrescentando que as ações "vão continuar, serão expandidas e ainda mais duras, caso isso seja necessário". Entre os alvos de estariam campos de treinamento, instalações e prédios da polícia do Hamas, alguns deles localizados em edifícios de civis, segundo a Defesa de Israel. "Não será fácil nem será breve... Há um momento para a calma e um para luta, e chegou a a hora de lutar", disse o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak. O porta-voz da polícia da organização terrorista Hamas, Islam Shahwan, informou que um dos locais atingidos pelo bombardeio de Israel foi a sede da polícia dos terroristas na cidade de Gaza, onde ocorria uma cerimônia de graduação de novas equipes de terroristas. Entre os mortos se encontra o responsável da polícia do Hamas na faixa de Gaza, Taufiq Jaber. Desde o fim da trégua entre a organização terrorista Hamas e Israel, negociada pelo Egito, e que vigorou por seis meses, tendo sido quebrada pelos terroristas, no último dia 19, estes terroristas lançaram no mínimo 200 mísseis contra Israel. Um desses mísseis explodiu no lançamento e matou duas meninas palestinas. Militares israelenses disseram ter avisado a população da faixa de Gaza sobre o ataque aéreo que fariam e que o Hamas "é o único responsável" pela ação. O Egito abriu uma passagem em Rafah, na fronteira com a Faixa de Gaza, para permitir a entrada de ajuda humanitária e a retirada de feridos do bombardeio. Entretanto, não permitiu a passagem em massa de palestinos para território egípcio. Por isso, centenas de palestinos conseguiram fugir para o Egito ao abrir buracos no muro que divide o país da região da faixa de Gaza. Neste domingo, Israel convocou reservistas, aumentando as expectativas de que ocorra em breve uma incursão militar terrestre. A ministra das Relações Exteriores, Tzipi Livni, defendeu neste domingo o ataque à Faixa de Gaza, afirmando que o grupo terrorista Hamas, e não Israel "é quem deve ser condenado pela comunidade internacional". O presidente da ANP, Mahmoud Abbas, também afirmou neste domingo que a responsabilidade da situação atual vivida em Gaza é do grupo terrorista Hamas. "Nós conversamos com eled e pedimos, por favor, não comecem com os ataques, nós queremos a continuidade da trégua. Nós poderíamos ter evitado isso se eles tivessem aceitado", disse Abbas. A Força Aérea de Israel informou que executou neste domingo uma série de ataques contra túneis de contrabando (na foto) no setor de Rafah, na fronteira entre a faixa de Gaza e Egito, por onde os terroristas introduzem na Faixa de Gaza os mísseis que são fornecidos pelo governo facínora do Irã. Também na tarde deste domingo o governo de Israel começou a concentrar tanques e tropas na fronteira junto à Faixa de Gaza. No lado norte, perto da passagem de Erez, estavam estacionados pelo menos 16 tanques, enquanto outros se aproximavam, transportados sobre caminhões militares. Vários veículos de transporte de tropas também estavam estacionados na área. Mais ao sul, a 50 quilômetros de distância, eram descarregados 10 tanques. Além disso, foram instaladas barracas do Exército israelense na região, à qual chegavam soldados com equipamentos de combate. Khaled Meshaal, o chefe da organização terrorista Hamas, e que vive na Jordânia, convocou seus seguidores para realizar uma nova Intifada (revolta popular palestina contra a ocupação israelense, ocorrida entre 1987 e 1993 e no final de 2000) contra Israel. Os israelenses estão em estado de prontidão, esperando por uma retaliação dos terroristas, que poderá ocorrer por meio de atentados com homens bombas em Jerusalém ou Tel Aviv. Um dos alvos atingidos na operação militar de Israel na madrugada deste domingo foi a estação de TV Al Aqsa, que é usada pelos terroristas do Hamas. O canal está no ar graças a uma unidade móvel de transmissão. A ONU convocou na noite do sábado, em caráter de urgência, o Conselho de Segurança para avaliar a situação. A Liga Árabe também realizará uma cúpula extraordinária na próxima sexta-feira, em Doha (Catar).

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