terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Lacerda é exonerado da Abin, mas vira adido policial da embaixada do Brasil em Portugal

Afastado há três meses e meio da direção geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) desde o vazamento de dados da Operação Satiagraha, o delegado federal Paulo Fernando da Costa Lacerda foi exonerado nesta segunda-feira do comando da agência. Mas, por ordem do presidente Lula, Lacerda será o novo adido policial na embaixada do Brasil em Portugal. Wilson Roberto Trezza, servidor da Abin, substituirá interinamente Lacerda no cargo de diretor-geral do órgão. Lacerda foi afastado do cargo em 1º de setembro, depois de estar no foco das suspeitas sobre grampos telefônicos feitos para monitorar conversas de autoridades, entre elas a do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e do senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Em novembro, o GSI autorizou a prorrogação por mais 60 dias do período de afastamento de Lacerda do comando da Abin. O afastamento de Lacerda e da cúpula da Abin foi definido depois que o ministro Gilmar Mendes cobrou providências ao presidente Lula. Desde que foi afastado, Lacerda passou a assessorar o ministro Jorge Félix (Gabinete de Segurança Institucional). Com isso transitava livremente pelo Palácio do Planalto e demais dependências da Presidência da República. A nomeação do delegado Paulo Lacerda como adido policial na embaixada do Brasil em Portugal foi articulada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, e concluída por seu interino, Luiz Paulo Barreto. A exoneração de Lacerda foi pedida pelo próprio delegado, que considerava seu retorno à função inviável. Lacerda tem 60 dias para assumir a nova função em Portugal. Atualmente o governo Lula tem postos de adido policial no Paraguai, na Argentina, na Colômbia, no Uruguai, no Suriname e na Bolívia.

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