segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Sociólogo bate firme no deputado federal paulista Paulo Renato de Souza

Demétrio Magnoli escreveu no jornal O Estado de S. Paulo um artigo sobre a atitude pusilânime do deputado federal Paulo Renato de Souza (ex-ministro da Educação, no governo de Fernando Henrique Cardoso; ex-secretário da Educação do governo paulista, e ex-reitor da Unicamp), que fez um acordo criminoso com o PT, pelo qual se “racializa” a educação no País, admitindo-se o criminoso conceito de “raça”, para a imposição de “cotas” que destruirão o pouco que resta de integridade na universidade nacional. O artigo se denomina “Carta aberta ao Grande Chefe Branco”: “Prezado deputado Paulo Renato Souza (PSDB-SP) - No 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, a Câmara passou a lei de cotas nas universidades e instituições federais de ensino médio, que é a primeira lei racial na história da República. A aprovação se deu sem o voto dos deputados, por conluio entre lideranças. Você participou destacadamente daquele conluio, renunciando à posição contrária à inclusão da raça na lei que dizia sustentar. Arlindo Chinaglia (PT-SP), o presidente da Câmara, celebrou o desenlace e ofereceu um diagnóstico: “Os que têm opiniões divergentes cederam, o que resultou em um grande avanço”. Traduzo a frase do seguinte modo: nada é impossível, nem mesmo derrubar o princípio da igualdade perante a lei, quando a oposição abdica de seus deveres básicos. Estou errado? Serei franco. Surpreendeu-me a sua colaboração, sem a qual o projeto teria de aguardar uma sessão com quórum e ser votado nominalmente pelos deputados. Li num jornal a sua justificativa. De acordo com ela, o projeto não é ruim, pois estabelece cotas raciais proporcionais à composição “racial” da população de cada unidade federativa, de modo que, nas suas palavras, nos Estados com predomínio demográfico de brancos, eles terão chances maiores de ingressar nas universidades. Se entendi, você negociou e aprovou o projeto pois não viu nele desvantagens para a “raça branca”. Posso, então, intitulá-lo Grande Chefe Branco? Não há ironia nisso, acredite. Os patrocinadores de projetos de cotas no ensino e no mercado de trabalho almejam a condição de líderes negros. Eles usam o fruto envenenado da raça para impulsionar carreiras políticas ou conquistar posições de prestígio em Ongs muito bem financiadas. Mas, é claro que a construção de identidades raciais oficiais no Brasil abre possibilidades inusitadas. Se há líderes negros, por que não líderes brancos? (Veja que para isso nem se precisa de algo tão aparente quanto a cor da pele: em Ruanda a vida política girava em torno de líderes tutsis e líderes hutus, ao menos até o genocídio)”.

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