Como as regras para os gastos com saúde são bastante vagas, deputados federais têm um verdadeiro "cheque em branco" para gastos nesse campo, e abusam. São muito os exemplos de congressistas que tentam ser ressarcidos por despesas que não estão previstas no ato da Mesa Diretora que, em 1983, estabeleceu o benefício. Já houve pedidos para a compra de equipamento para tirar a pressão e para o pagamento de vacinas disponíveis de graça na rede pública. Em outro exemplo, o deputado Laurez da Rocha (PSB-TO) pediu o reembolso de R$ 5.800,00 por equipamento para tratamento de apneia do sono. "Pedi porque pago um plano que não cobria. Eu acho que foi certo a Mesa recusar o pedido, nem questionei. Agora, se a Câmara tivesse pago, eu também não iria dispensar", disse o deputado muito cara de pau. As atas da reunião da Mesa Diretora revelam pedidos de reembolso em gastos com alimentação e despesas de acompanhantes. O deputado federal Jader Barbalho (PMDB-PA), por exemplo, incluiu em pedido de reembolso de R$ 15,00 de um café da manhã. A Câmara barrou este ressarcimento, mas pagou outros R$ 31.000,00 referentes a tratamento médico do deputado.
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