domingo, 11 de janeiro de 2009

Financial Times diz que Lula foi complacente com a crise global

O presidente Lula foi complacente ao lidar com os primeiros estágios da crise econômica global, que chegou à América Latina e ao Brasil, diz reportagem de sexta-feira do jornal britânico Financial Times. Segundo o diário britânico, a crise está frustrando o otimismo que existia no continente até poucos meses atrás de que conseguiria escapar do pior. Em artigo intitulado "Going South" ("Piorando"), o jornal lembra que o presidente Lula disse em setembro que a crise era do presidente norte-americano George W. Bush. "Mas, agora, ela é de Lula da Silva", afirma. E o Financial Times diz que "a produção industrial do País caiu 6,2% no ano até novembro, segundo números anunciados nesta semana - a queda mais acentuada da produção desde dezembro de 2001". "O líder brasileiro não estava sozinho em sua complacência", ao acreditar que a turbulência não atingiria o seu país, disse o jornal. "Por todo o continente a crise provocou uma destruição de riqueza em grande escala. As duras lições das crises financeiras anteriores encorajaram cautela entre os formuladores de políticas latino-americanos", disse o Financial Times. "Muitos governos coibiram empréstimos no exterior tanto pelo setor público quanto privado. Eles mantiveram suas dívidas baixas, deixaram o câmbio flutuar para evitar crises de desvalorização e formaram grandes reservas de moeda estrangeira. Eles vigiaram seus bancos como falcões, o que ajudou a assegurar que permanecessem em grande parte livres das dívidas tóxicas norte-americanas”. Porém, continua o jornal britânico: "Mas o pior choque global em três quartos de século expôs a fraqueza mascarada pelos números agregados. Uma dessas fraquezas no Brasil e no México foi uma série de contratos falhos de derivativos que as empresas assumiram juntamente com um grupo de bancos de investimento. Isso as deixou desesperadas em busca de dólares, colocando o real brasileiro e o peso mexicano em queda acentuada em outubro”.

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