quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Fundador da empresa aérea Gol é acusado de ordenar mais um assassinato

O empresário Nenê Constantino, fundador e presidente do Conselho de Administração da Gol, foi indiciado pela Polícia Civil do Distrito Federal sob a acusação de ser o mandante de mais um homicídio e de uma tentativa de assassinato. Há duas semanas, o empresário havia sido indiciado sob a acusação de ordenar a morte de Márcio Leonardo de Souza Brito, líder de um grupo de 60 famílias que ocupavam um terreno de uma empresa pertencente a Constantino, a Viação Planeta. O crime ocorreu em outubro de 2001. Nos últimos dias, a polícia diz ter concluído, por meio de um exame balístico, que a arma da qual saíram os três tiros contra o líder comunitário (um revólver calibre 38) foi a mesma que matou o motorista de caminhão Tarcísio Gomes Ferreira e feriu o pintor autônomo José Amorim dos Reis em fevereiro daquele mesmo ano. A constatação embasou o novo indiciamento, que também atingiu dois auxiliares de Constantino: João Alcides Miranda, funcionário de uma de suas empresas, e Vanderlei Batista Silva, vereador de Amaralina (GO). O primeiro é suspeito de ter atraído as vítimas para o local do crime, e o segundo, de ter intermediado a negociação entre o empresário e o matador, ainda não identificado. O motorista Tarcísio Gomes Ferreira também morava no terreno pertencente à viação Planeta. Segundo o delegado Luiz Julião Ribeiro, ele foi morto na frente de um trailer que vendia comidas, ao qual foi com a filha de quatro anos. Ainda segundo o delegado, Miranda, funcionário de Constantino, gritou o nome da vítima antes dos tiros. A hipótese da polícia é que ele queria identificar o alvo para o matador. Amorim, outro morador, levou dois tiros, mas sobreviveu. Outro fato apresentado como evidência da relação entre os dois crimes é a distribuição de um folheto entre os moradores do terreno, logo após o primeiro assassinato, com os seguintes dizeres: "Desta vez nos enganamos; da próxima não vamos nos enganar". Para os investigadores, o motivo do assassinato do motorista de caminhão foi intimidar os moradores do terreno e forçá-los a deixar o local. Como a estratégia não teria funcionado, decidiram matar o líder comunitário nove meses depois, o que culminou na saída dos ocupantes do local. Segundo a polícia, após o crime, o vereador Vanderlei comprou um carro de R$ 37 mil, valor que não poderia pagar com seu salário. Os dois inquéritos continuam em andamento, diz o delegado, para a busca de novas provas.

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