sábado, 3 de janeiro de 2009

Ministros participam de confraria que furtou sino de universidade gaúcha

Matéria do jornal Folha de S. Paulo, do jornalista Gracialiano Rocha, revela que ministros e advogados gaúchos furtaram sino da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Diz a matéria que, ao longo dos últimos 40 anos, ministros, juízes e advogados militam em uma confraria dedicada a esconder um sino furtado da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Entre os membros da chamada Ordem do Sino estão o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e atual ministro da Defesa, Nelson Jobim, o vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça, Ari Pargendler, e o corregedor do Conselho Nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp. O sino de bronze, cujas badaladas marcavam o início e o fim das aulas, foi surrupiado pelos formandos da turma de 1968 e desde então circula entre ex-alunos, que se recusam a devolvê-lo à universidade. Em 1978, dez anos após a formatura da turma, a Ordem do Sino ganhou um estatuto, que considera o produto do furto "símbolo da turma". Todos os anos, durante um jantar comemorativo em novembro, a peça troca de mãos. Segundo Maria Kramer, que faz parte da ordem, o critério para ter o privilégio de esconder o sino da faculdade é o maior número de participações nos jantares anuais. Jobim furou a fila em 1997. Menos assíduo do que outros, recebeu a "honraria" após se tornar ministro do Supremo. Amigos de Jobim contaram que ele guardava o sino em seu gabinete no Supremo. Pargendler foi "agraciado" em 1988. Dipp ainda aguarda sua vez. "Não devolveremos o sino até que haja um sobrevivente da nossa turma", diz o advogado Paulo Wainberg. Dos 93 formandos, 16 já morreram. O sino de bronze, com cerca de 30 centímetros de altura e 10 quilos, tem gravado os nomes dos que o esconderam”.

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