domingo, 22 de fevereiro de 2009

Jornalista suíço é investigado por vazamento de informações sobre advogada brasileira

O jornalista Alex Baur, da revista semanal "Die Weltwoche", é alvo de investigação da Promotoria de Zurique por vazamento de informações sigilosas sobre o depoimento da brasileira Paula Oliveira no dia 13 de fevereiro, quando, segundo a Promotoria, admitiu a policiais que mentiu sobre o caso da suposta agressão de neonazistas. A matéria publicada na revista forçou a Promotoria e a Polícia de Zurique a se pronunciarem sobre o assunto, confirmando a informação de que Paula admitiu ter mentido. De acordo com o comunicado oficial emitido na quinta-feira, a Promotoria "abriu um procedimento de instrução penal com o foco, entre outros, na questão se houve ruptura do segredo de ofício". Segundo o órgão, ainda não está claro se houve mesmo vazamento. A Procuradoria de Zurique reconheceu que a investigação dificilmente conduzirá a um indiciamento, pois não há provas de que o autor do vazamento foi um policial. Na Suíça, violação de sigilo de Justiça por uma autoridade pública é crime. Segundo o jornalista, a consulesa do Brasil em Zurique, Vitoria Cleaver, estava no momento da confissão de Paula. A diplomata era a única pessoa presente no quarto do Hospital Universitário de Zurique, além dos policiais. De acordo com o consulado brasileiro em Zurique, o fato da consulesa ter estado ou não durante o depoimento não muda nada no caso. Paula Oliveira também é investigada pela Promotoria de Zurique sob a acusação de ter induzido a autoridade judiciária ao erro. Segundo o promotor suíço que cuida do caso, Marcel Frei, a brasileira pode ser presa por até três anos. Ela foi enquadrada no artigo 304 do Código Penal suíço, que trata do crime de induzir a autoridade judiciária ao erro. A brasileira não poderá deixar o país durante a investigação, já que a identidade e o passaporte dela foram bloqueados pela Promotoria.

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