segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

PMDB orienta Furnas a trocar comando de fundo de pensão

Pela terceira vez em menos de dois anos, o PMDB tenta destituir o presidente e o diretor financeiro do Real Grandeza, fundo de pensão dos empregados da estatal Furnas Centrais Elétricas e de parte dos funcionários da também estatal Eletronuclear. Os dois têm mandato até outubro. A proposta de substituição será votada em reunião extraordinária do conselho deliberativo do fundo de pensão, convocada para a próxima quinta-feira. Furnas é a maior geradora estatal de energia elétrica do País. Com carteira de investimentos de R$ 6,5 bilhões, e 12,5 mil associados, o Real Grandeza é o 11º maior fundo de previdência privada fechada do País. A movimentação para a troca do presidente da fundação, Sérgio Wilson Ferraz Fontes, e do diretor de investimentos, Ricardo Gurgel Nogueira, desencadeou mais uma crise interna na empresa, com protestos diários de aposentados e de ameaças de greve por sindicatos dos eletricitários de vários Estados. O presidente de Furnas, Carlos Nadalutti Filho, alegou que a empresa não tem sido tratada com o merecido respeito pela administração do fundo de pensão, e que, neste cenário, o ministro Edison Lobão (PMDB-MA) orientou a troca da diretoria executiva. O presidente do conselho deliberativo do fundo de pensão, Victor Albano Esteves, nomeado por Furnas, formalizou a proposta de substituição do presidente Sérgio Wilson Fontes por Eduardo Henrique Garcia, gerente da área financeira de Furnas, que acumularia, interinamente, a diretoria de investimentos. Dois conselheiros, nomeados por Furnas, Ronaldo Neder (titular) e Marcos Vinicius Vaz (suplente) renunciaram aos cargos na quinta-feira. Para o lugar de Neder, a empresa indicou Luiz Roberto Bezerra, chefe-de-gabinete de Nadalutti Filho. Em mensagem aos funcionários, Nadalutti acusou as entidades representantes dos empregados e aposentados, que se opõem à mudança, de desrespeitar o processo "democrático" previsto no estatuto do fundo, que permite aos conselheiros substituir a diretoria executiva no meio do mandato.

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