sexta-feira, 10 de abril de 2009

Governador diz que Caracas vai perder 90% do Orçamento

Criado na terça-feira passada pela Assembléia Nacional da Venezuela, de maioria governista, o cargo de chefe de governo biônico de Caracas reduzirá o Orçamento anual da governadoria distrital de Caracas, sob comando da oposição, de R$ 2,8 bilhões para apenas R$ 280 milhões, e arrebatará 40 mil de seus 43 mil funcionários. A estimativa é do governador distrital, o oposicionista Antonio Ledezma, que ainda perderá formalmente o controle do Palácio do Governo, já tomado por militantes chavistas desde janeiro. Atualmente, ele despacha de um escritório improvisado no centro de Caracas. De acordo com Ledezma, seu governo perderá 90% dos atuais recursos, já que a verba federal destinada à sua administração passará a ser destinada ao chefe de governo biônico, que deve ser nomeado pelo presidente, o tiranete Hugo Chávez nos próximos dias. O governador distrital ressalvou que ainda não está claro como ficará o seu governo, já que, nos próximos 30 dias, a Assembléia deverá aprovar a regulamentação que transferirá os recursos e bens para o cargo recém-criado. "Ficarei com o valor moral que tem a minha designação como governador", disse Ledezma, eleito de forma surpreendente em novembro passado, com pouco mais de 800 mil votos (52% do total). "Cada vez que eu for à rua, verão um governador vítima de uma perseguição política e que representa a resistência cívica de um povo”, agregou ele. O novo cargo foi apenas o mais recente e duro revés contra Ledezma, que já havia perdido o controle sobre as escolas, os hospitais, a TV Ávila e os cartórios públicos da capital, todos transferidos por decreto ao governo federal logo após a sua vitória. Filiado ao Aliança Bravo Povo, Ledezma diz que a medida é inconstitucional, entre outros motivos, porque o seu cargo está previsto na atual Constituição. Ledezma disse que, em breve, levará o seu caso à OEA (Organização dos Estados Americanos) e ao Mercosul, bloco no qual a Venezuela pretende entrar, mas ainda depende da aprovação dos Congressos brasileiro e paraguaio.

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