sexta-feira, 10 de abril de 2009

Indio cocaleiro trotskista Evo Morales faz greve de fome por lei que pode garantir reeleição

O presidente da Bolívia, o índio cocaleiro trotskista Evo Morales, anunciou na quinta-feira uma greve de fome para pressionar o Congresso a aprovar uma polêmica lei de transição constitucional, o que representaria um passo rumo a sua reeleição no pleito nacional previsto para dezembro. O índio cocaleiro trotskista Evo Morales começou o jejum às 9h50 (10h50 no horário de Brasília) no palácio presidencial, acompanhado de uma dezena de dirigentes de organizações esquerdistas, entre eles Pedro Montes, secretário-executivo da Central de Trabalhadores Boliviana. O secretário disse que o protesto foi decidido "frente à negligência de alguns parlamentares neoliberais para defender o voto e o mandato do povo", já que o Congresso não chegou a um acordo sobre a lei de transição determinada pela nova Constituição. "Diante da negligência de um grupo de parlamentares, fomos obrigados a adotar esta medida de jejum voluntário", disse Morales, em discurso pronunciado no palácio de governo de La Paz. A greve de fome foi anunciada em meio ao debate, no Congresso, da nova lei eleitoral, diante de fortes disputas entre governismo e oposição. O Congresso ignorou o prazo estipulado (meia-noite de quarta-feira) e continuou o debate sobre a lei eleitoral, medida necessária para convocação das eleições presidenciais de 6 de dezembro. A sessão transcorreu sob a ameaça dos legisladores do governista Movimento ao Socialismo (MAS, partido de Evo Morales, organização trotskista, diretamente originária do antigo ERP argentino – Exército Revolucionário Popular, no qual militou e participou de ações armadas o trotskista gaúcho Flavio Koutzii, petista, ex-deputado estadual, ex-assessor da presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul e atual assessor da presidência da Assembléia Legislativa gaúcha). Esses parlamentares do MAS trotskista ameaçavam renunciar a suas cadeiras caso não se chegasse a um acordo com a oposição, o que poderia representar a inabilitação ou até o fechamento do Congresso. O prazo existe porque a nova Constituição da Bolívia, promulgada em 7 de fevereiro passado, estabelece um período de dois meses, que se completados na quarta-feira, para que o Congresso aprove o regime eleitoral que permita convocar eleições gerais. Atualmente, o partido do índio cocaleiro trotskista Evo Morales conta com maioria suficiente na Câmara dos Deputados, mas não no Senado, que é controlado pela oposição.

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