sexta-feira, 17 de abril de 2009

Juíza proíbe interrupção de tratamento de criança índia ianomâmi em hospital

A pedido do Ministério Público do Amazonas, a Vara da Infância e Juventude de Manaus determinou na quinta-feira (16-04-09) que uma menina índia ianomâmi, com hidrocefalia, pneumonia e tuberculose, continue sendo tratada no Hospital Infantil Dr. Fajardo, contra a vontade da própria tribo e da Funai. Os índios e a Funai defendem que a criança, de um 1 ano e 6 meses, volte à sua aldeia, mesmo sem a alta do hospital. Para os índios, a menina deve ser tratada pela medicina indígena e pela medicina convencional. A direção do hospital diz que a menina, que está respondendo ao tratamento, pode morrer se isso acontecer. A aldeia fica 639 quilômetros ao norte de Manaus. A mãe do nenê indígena recebeu da Funai, na segunda-feira (14-04-09), autorização para remover a menina do hospital com apoio da ONG Secoya (Serviço e Cooperação com o Povo Yanomami - http://www.proyanomami.org.br), conveniada da Funasa (Fundação Nacional de Saúde). Então na quinta-feira a juíza Carla Reis determinou que a direção do hospital mantenha a criança internada até que ela obtenha alta. O Ministério Público foi provocado pelo Conselho Tutelar da Zona Rural de Manaus. Na terça-feira, dois índios ianomâmis tentaram retirar a criança da enfermaria, segundo a Polícia Federal. O administrador da Funai em Manaus, Edgar Fernandes Rodrigues, afirma que, em uma maloca ianomâmi, as atividades domésticas competem à mulher e que, se ela gerar um filho deficiente, é permitido o infanticídio. "Gerar um filho defeituoso, que não terá serventia, é um grave pecado, pois este não poderá cumprir o seu destino ancestral", diz o burocrata Edgar Fernandes Rodrigues. Ele ainda continuou, em sua nota oficial: "A Funai respeita e acata a decisão da mãe da criança ianomâmi de interromper o tratamento médico de sua filha e levá-la para maloca. Perderemos uma vida, sim, mas temos a certeza de que outra será gerada”. Ou seja, o burocrata nacional, em nota oficial, sacramenta e dá cobertura oficial a um assassinato que seria praticado pelos índios. Não é mesmo fenomenal? E toda a diretoria e demais membros da ONG Secoya também dão suporte a esta prática de infanticídio dos índios. E estes índios quem são? São, por acaso, personagens da idade da pedra? Não, são índios aculturados. Em entrevista na quinta-feira (16-04-09), integrantes da ONG Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia - http://www.coiab.com.br ), que defendem a remoção da menina do hospital, disseram que não iria ocorrer infanticídio. Segundo eles, as seguidas internações da criança agravaram seu estado de saúde e ela deveria voltar à aldeia, onde seria tratada também por enfermeiros capacitados. Há uma semana, a mãe da criança arrancou os soros pelos quais a menina se alimenta e tentou impedir que as enfermeiras fizessem o atendimento, afirma a direção do hospital. Ou seja, ela estava tomando as providências para o bebê morrer. Por isso a mãe foi retirada do prédio. Nelci Collange, neurocirurgiã pediátrica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), afirma que a maioria dos casos de hidrocefalia envolve crianças e que a demora do tratamento pode provocar um estado de coma. Realizado a tempo, a expectativa de vida não é afetada e a pessoa pode chegar à vida adulta. A lista dos membros da ONG Secoya que estava dando cobertura ao infanticídio é a seguinte: Marcos Wesley de Oliveira (Presidente) – marcoswo@gmail.com; Ednelson Souza Pereira (Vice Presidente) - makuxi@proyanomami.org.br; Davi Kopenawa Yanomami– hutukara@yahoo.com.br; Carlos Zacquini – carlo.zac@uol.com.br; Lídia Montanha Castro– lidia@proyanomami.org.br; Matthieu Léna– matthieu@proyanomami.org.br; Alcida Rita Ramos – arramos@unb.com; Ana Valéria Araújo – avaraujo@socioambiental.org; Aurélio Veiga Rios – aureliorios@pgr.mpf.gov.br; Bruce Albert - brucealbert@uol.com.br; Carlos Alberto Ricardo – beto@socioambiental.org; Claudia Andujar – cl.andujar@uol.com.br; Claudio Esteves de Oliveira -claudio.esteves@brturbo.com; Carlos Zacquini – carlo.zac@uol.com.br; Davi Kopenawa Yanomami– hutukara@yahoo.com.br; Daniele Marcelle – grannier@hotmail.com; Deise Alves Francisco – deise.francisco@brturbo.com; Ednelson Souza Pereira – ikwatijaregaesp@yahoo.com.br; Fernando Bittencourt – fernando@proyanomami.org.br; George Leite Zarur – gzarur@uol.com.br; Henyo Trindade Barretto Filho – henyo@unb.br; Isa Maria Pacheco – luna.rega@mma.gov.br; Jô Cardoso de Oliveira – oliveirajo@uol.com.br; Jussara Gomes Gruber – jussaragruber@uol.com.br; Lidia Montanha Castro - lidia@proyanomami.org.br; Luciano Mariz Maia – lucianomarizmaia@uol.com.br; Luis Fernando Pereira – wixaxina@uol.com.br; Marcos Wesley de Oliveira – marcoswo@gmail.com; Maria Stella de Castro Lobo – clobo@hucff.ufrj.br; Roque Laraia – laraia@unb.com; Nelly Arvelo-Jiménez – otrofuturo@cantv.net; Paulo Sérgio Pinheiro – psdmspin@hotmail.com; Alessandra Peternella – alessandra@urihi.org.br; Conceição de Maria Chagas Ribeiro – conceicao@proyanomami.org.br; François-Michel Le Tourneau – fmlt@fmlt.org; Maurice Seije Tomioka Nilsson – mauricetomioka@ig.com.br; Rogério Duarte do Pateo – dopateo@hotmail.com; Simone de Cássia Ribeiro – simoneribeiro7@uol.com.br. Escreva um e-mail a cada um deles (pode ser o mesmo e-mail, com cópia para todos), protestando por essa repugnante cobertura ao infanticídio, à entrega à morte de um bebê índio de pouco mais de um ano, que tem todas as condições de chegar à vida adulta. Isso é absolutamente inaceitável de parte de todos aqueles que se dizem “civilizados”. Faça a mesma coisa com os dirigentes da ONG Coiab, que são os seguintes: Jecinaldo Barbosa Cabral / Sateré Maué - Coordenador Geral; Antônio Marcos Alcântara de Oliveira / Apurinã - Vice-coordenador; Saturnino Watopowé Rudzane Edi / Xavante - Coordenador Secretário; Genival de Oliveira dos Santos / Mayoruna - Coordenador Tesoureiro.

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