quinta-feira, 28 de maio de 2009

Advogado de Roberto Jefferson vai pedir acareação entre Aldo Rebelo e Thomaz Bastos

O advogado gaúcho Luiz Francisco Correa Barbosa, juiz de Direito aposentado, que defende o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), denunciante do esquema do Mensalão, disse nesta quarta-feira que vai pedir uma acareação entre o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e o ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Eles são testemunhas de defesa do ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu (deputado federal petista cassado por corrupção, e apontado como “chefe da quadrilha do Mensalão”) e prestaram depoimentos nesta quarta-feira à Justiça Federal sobre o esquema corruptor do Mensalão. "Amanhã vou pedir uma acareação entre os dois", afirmou Luiz Francisco Correa Barbosa. Ele disse que o comunista Aldo Rebelo e Thomaz Bastos se contradisseram durante o depoimento. O deputado federal e o ex-ministro disseram nunca ter ouvido falar do esquema do Mensalão enquanto estavam no governo Lula. Aldo Rebelo foi ministro de Relações Institucionais. Porém, segundo o advogado, eles admitiram em seus depoimentos que foram alertados sobre o Mensalão pelo presidente Lula. O advogado Luiz Francisco Correa Barbosa disse que Lula teria pedido a eles que investigassem a possível participação no esquema dos então ministros José Dirceu, Luiz Gushiken (Comunicação do Governo) e Anderson Adauto (Transportes). Os três foram denunciados e são réus no processo do Mensalão. A intenção de Luis Francisco Correa Barbosa é que os dois sejam novamente chamados a depor para que suas declarações sejam confrontadas. "Uma coisa dessa gravidade, em geral, não se faz informalmente", disse Barbosa. Aldo Rebelo confirmou que jamais foi incumbido por Lula a fazer uma investigação formal. "Eu respondi por mim", disse ele. "Eu nunca ouvi nenhuma referência a esse esquema enquanto era ministro ou líder do governo. Não tive conhecimento e nem vi esse esquema funcionando", afirmou Aldo Rebelo após o depoimento. Questionado sobre seu depoimento, Thomaz Bastos se recusou a comentar ao dizer que o processo corre sobre segredo de Justiça. Evidentemente, ele falou isso apenas para fugir de ter que responder aos jornalistas. O mais desagradável é que não houve um só jornalista presente para lembrá-lo que esse é o processo mais público jamais visto no Brasil, que teve três dias de exposição total no Supremo Tribunal Federal. Isso só demonstra as intenções de Marcio Thomas Bastos. Já o advogado de José Dirceu, José Luís Oliveira Lima, naturalmente, disse que a contradição dos ex-ministros não são relevantes para o andamento do processo. "As diferenças mencionadas, quer pelo Aldo Rebelo, quer pelo Thomaz Bastos, não têm qualquer relevância para o fato", afirmou ele. É claro, só fazem a diferença entre o vinho e a água.

Nenhum comentário: