quinta-feira, 28 de maio de 2009

Escritor Vargas Llosa afirma que Venezuela avança para a ditadura com Chávez

O escritor peruano Mario Vargas Llosa, expoente da literatura latino-americana, desafiou nesta quinta-feira, em Caracas, o presidente Hugo Chavez, reprovando-o pelo fato de comprometer a Venezuela com uma "ditadura comunista". “Não há nenhuma dúvida que o país se aproxima de uma ditadura comunista”, declarou o escritor, ao participar de um colóquio internacional, organizado por políticos e intelectuais hostis ao governo. Vargas Llosa, candidato derrotado à presidencial de 1990 no Peru (os peruanos, inacreditavelmente, preferiram votar no corrupto Alberto Fujimori), acusou o tiranete venezuelano de ter reduzido as "liberdades públicas, a liberdade de imprensa, de mercado e de tudo sobre o que se baseia a cultura democrática" em seu país. Chavez saiu vitorioso recentemente em um referendo autorizando-o a se apresentar indefinidamente ao pleito presidencial. Ou seja, se candidatou ao papel de Anastásio Somoza. “Se este caminho não for interrompido, a Venezuela se converterá numa segunda Cuba da América Latina. Não devemos permitir. É por isso que estamos aqui”, afirmou o escritor Vargas Llosa. O incidente de quarta-feira com Vargas Llosa, no aeroporto de Maiquetia, quando seu passaporte foi apreendido por várias horas pelas autoridades locais, foi motivo de polêmica no Peru. O presidente Alan Garcia demonstrou publicamente sua indignação nesta quinta-feira: “Não posso acreditar que tentaram pôr mordaças em um homem com um tal prestígio e que, essencialmente, defende a liberdade e a democracia”. Vargas Llosa disse que ainda não foi instalado na Venezuela um regime igual ao cubano, mas já muito próximo. Segundo ele, as utopias totalitárias tentam substituir a "imperfeita democracia", mas todas fracassaram transformando-se em ditaduras. "Somente dois países do mundo mantêm a ficção da utopia socialista: a Coréia do Norte e Cuba", afirmou Vargas Llosa.

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