sexta-feira, 5 de junho de 2009

Airbus envia recomendações a clientes sobre velocidade de aviões

A Airbus enviou na madrugada desta sexta-feira uma recomendação a todos os seus clientes sobre os procedimentos a serem adotados em caso de incoerências nas velocidades medidas, após o desastre com o Airbus A 330 da Air France que fazia a rota Rio de Janeiro – Paris no vôo 447, na madrugada do último domingo. A recomendação chamada tecnicamente de "telex de informação sobre acidente" (Accident Information Telexes, AIT), foi autorizada pelo BEA (Escritório de Investigação e Análise francês). O BEA é encarregado da investigação técnica do desaparecimento do Airbus A330 da Air France. A mensagem foi enviada a todas as companhias que operaram os tipos de aviões fabricados pela Airbus, e não apenas para aquelas que têm os A 330. Estes “AIT” são clássicos em caso de acidentes. Trata-se de recomendações dirigidas aos pilotos sobre os procedimentos a serem seguidos em determinadas circunstâncias, descritos no manual de referência dos aviões. Neste “AIT”, a Airbus confirmou que o A 330 que fazia o vôo 447 enfrentava turbulências extremas, que enviou várias mensagens de falhas ao centro de manutenção da Air France e que havia uma incoerência das velocidades medidas. Uma coisa é certa: o desastre aconteceu só porque a Air France quis que acontecesse. Os aviões da Air France estão sempre em contato com o Centro Operacional da empresa, em Paris. Este centro tem todas as informações meteorológicas das rotas que seus aviões estão fazendo. Vendo o tamanho da tempestade que se colocava na frente do Airbus que partiu do Rio de Janeiro, não teria custado nada ao chefe operacional puxar o telefone e falar ao comandante do Airbus que ele deveria contornar a imensa massa de tempestade. Seria um desvio de rota de não mais de 300 quilômetros, até o retorno à mesma rota inicial. Combustível para isso o avião tinha. A Air France não decidiu assim por mera medida de economia. Não é por acaso que o Ministério Público francês resolveu abrir um inquérito para investigar o desastre. Também porque o fabricante está envolvido, e o avião dele não deu as respostas adequadas em uma situação crítica. Resta uma última pergunta: e o Ministério Público brasileiro espera o que para abrir uma investigação própria? Afinal, a queda do avião ocorreu em águas territoriais brasileiras, e morreram dezenas de brasileiros nesse desastre. Também é interessante saber porque a França, detentora de alta tecnologia, até agora não entrou para valer na busca dos destroços e dos corpos das vítimas.

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