terça-feira, 23 de junho de 2009

Ex-segurança de Lula atua na Petrobras em favor de organizações petistas

Ex-chefe do Gabinete Regional da Presidência da República em São Paulo e um dos mais próximos seguranças do presidente Lula em campanhas políticas, José Carlos Espinoza trabalha, desde abril de 2007, na sede da Petrobras, em São Paulo. A Petrobras é alvo de uma CPI, que ainda aguarda sua instalação no Senado. Espinoza fica no setor de Comunicação Institucional da sede paulista da empresa, mas afirma que sua função é fazer “a interlocução com os movimentos sociais”. Por “movimentos sociais”, entenda-se, deve-se ler uma série de instituições petistas. Ele é terceirizado, contratado pela empresa Protemp, sediada em Santo André. O diretor de Comunicação da Petrobras é Wilson Santarosa, que tem ligações históricas com PT e movimento sindical. Espinoza é um dos 1.150 profissionais da comunicação da Petrobras. Ele foi contratado pela "vencedora da licitação para serviços de apoio profissional suplementares às atividades de comunicação". Durante a campanha eleitoral de 2006, Espinoza se afastou do gabinete da Presidência para exercer, no comitê de Lula em São Paulo, a função de encarregado da agenda do então candidato à reeleição. No meio da campanha foi citado no escândalo da compra do dossiê contra tucanos. Segundo a revista "Veja", ele se reuniu na sede da superintendência da Polícia Federal com Freud Godoy, ex-assessor especial da Presidência, e Gedimar Passos, assessor da campanha, implicados na compra do dossiê. Ainda em 2006, após a prisão dos envolvidos na compra do dossiê, a Folha revelou que o apartamento de Espinoza serviu de local para um encontro entre Freud Godoy e Paulo Ferreira, tesoureiro do PT. Espinoza deixou o cargo no gabinete presidencial depois do caso do dossiê. Ele afirma que pediu a saída por razões pessoais. "Disse que não queria ficar mais no escritório da Presidência, por motivos pessoais", disse ontem à Folha. Questionado sobre como surgiu a oportunidade de trabalhar para a Petrobras, afirmou: "Por conta exatamente do meio de campo que foi pedido para eu fazer entre os movimentos sociais e a Petrobras. Conheço o José Rainha [dirigente do MST], o presidente da Contag [Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura], o pessoal da Fetraf [Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar]". Ele disse que tinha vontade de trabalhar na área do biodiesel e conversou com algumas pessoas do governo, entre elas Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula. Informou que hoje acompanha um projeto no Pontal do Paranapanema e um em Mato Grosso. Por conta da CPI, entidades como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) fizeram atos de apoio à Petrobras em vários Estados e acusaram a oposição de querer privatizar a empresa. Espinoza esteve em um desses atos, em São Paulo. Agora se entende, então, como é que e por quê os chamados “movimentos sociais” (entidades petistas) ficam fazendo atos de apoio à Petrobras e contra a CPI.

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