sábado, 20 de junho de 2009

Favelas de Buenos Aires crescem 25% em dois anos

Uma pesquisa do governo da Argentina mostra que a população das favelas de Buenos Aires, as chamadas "villas de emergencia", cresceu 25% nos últimos dois anos. As casas das favelas da capital argentina geralmente recebem mais um andar ou dois em questão de semanas e, segundo a pesquisa, abrigam atualmente cerca de 200 mil pessoas. O número equivale a quase 7% dos habitantes de Buenos Aires. Atualmente, existem 14 favelas e pelo menos 40 assentamentos na periferia da capital. Uma dessas favelas chama-se Playón de Chacarita, um assentamento irregular no oeste de Buenos Aires que fica atrás das principais estações de trem da capital argentina. Com os subsídios dados pelo governo em casos de despejo, as famílias chegam às villas com o pouco dinheiro recebido para comprar a única casa que podem. As pequenas casas das favelas, construídas em terrenos do Estado, custam entre 15 mil e 20 mil pesos argentinos (entre R$ 7,9 mil e R$ 10 mil, aproximadamente). Mas as que estão mais próximas das ruas custam mais e o aumento do número de pessoas chegando às favelas fez os preços dispararem. Apenas em Playón de Chacarita vivem cerca de 800 famílias. Antes, a vila era um terreno baldio, que foi desocupado depois das privatizações das ferrovias nos anos 90. O assentamento fica atrás de um muro de concreto, alto o bastante para que não seja visto pelos pedestres. Existem duas entradas e apenas uma delas é acessível para veículos. Ambulâncias e viaturas policiais não entram. As casas são feitas de tijolos, chapas, papelão. Seus moradores sofrem com a poeira no verão e tudo fica encharcado quando chove. Não há água encanada e a luz é roubada. As autoridades de Buenos Aires descartam a erradicação das favelas e dizem que não há espaço físico na cidade para transferir os habitantes de vilas inteiras. Cada setor que as autoridades desocupam logo é ocupado novamente por mais famílias que foram despejadas. Com isso, a política de erradicação, em prática desde os anos 60, foi substituída pela urbanização.

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