terça-feira, 23 de junho de 2009

Justiça investigará contrato entre a Ulbra e empresa do deputado federal Eliseu Padilha

Depois do vice-governador Paulo Feijó, agora chegou a vez de ser investigado um contrato entre o deputado federal Eliseu Padilha, do PMDB gaúcho, com a Ulbra. O contrato, de julho de 2005 a dezembro de 2006, é assinado pelo ex-reitor Ruben Becker e Eliseu Padilha, sócio da empresa Fonte Consultoria, que deveria prestar serviços de organização de palestras e consultoria em áreas estratégicas. Padilha sucedeu o “consultor” Antonio Malman junto ao ex-reitor Ruben Becker. Segundo a auditoria judicial, a empresa de Padilha recebeu R$ 1,4 milhão, mas não haveria provas da prestação dos serviços. Padilha fez parte do grupo de parlamentares que atuou em conjunto na defesa da concessão do título de benemerência para a Ulbra. O outro membro do grupo teria sido o deputado federal Osmar Terra, também do PMDB gaúcho, e ainda o atual prefeito de Canoas, o petista Jairo Jorge. Eliseu Padilha também fazia parte do Conselho de consultores políticos da Ulbra, ao lado dos deputados federais Nelson Proença (PPS) e Germano Bonow (DEM), e do ex-governador Alceu Collares (veja na foto). Alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal por suspeita de participação em fraude em licitações de obras de infraestrutura, o deputado federal Eliseu Padilha (PMDB) agora também tem pedido de investigação da Justiça Federal encaminhado à Procuradoria-Geral da República e à Procuradoria Regional Eleitoral em face desse contrato de prestação de serviço com a Ulbra. A partir de uma auditoria realizada na Ulbra, o juiz federal de Canoas, Guilherme Pinho Machado, remeteu ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, pedido de investigação do contrato entre a Fonte Consultoria Ltda e a universidade. Segundo os auditores, não foi encontrado em poder da instituição documento que comprove a efetiva prestação dos serviços pela Fonte. Na decisão, o juiz federal diz ter identificado indícios de irregularidade. Sem avaliar o objeto do contrato, caracterizado por ele como “nebuloso”, Machado questiona o modo como os supostos serviços foram pagos. Cerca de R$ 1 milhão foi encaminhado por meio de transferências eletrônicas, conhecidas como TEDs no jargão bancário. O restante, porém, teria sido repassado à empresa de Padilha por meio ignorado pelos auditores. Com relação à Fonte Consultoria Ltda, o juiz menciona o fato de que as notas seriam sequenciais e iniciadas a partir do número 1. Para os auditores, a empresa teria sido criada e instalada exclusivamente para negociar com a Ulbra. Outro ponto questionado pelo juiz é o período em que os repasses foram feitos. Ele chama atenção para transferências realizadas durante “a campanha do agente público para deputado federal”. O pagamento, parcelado, transcorreu entre agosto de 2005 e dezembro de 2006, ano em que Padilha foi reeleito para a Câmara dos Deputados. Machado salienta ainda que Padilha participou de “diversas reuniões entre membros do Legislativo e Executivo, com a participação do ex-reitor Ruben Becker e sua equipe de consultores, que marcaram a tentativa de solução do débito da instituição, nas vésperas da exoneração do antigo reitor”.

Nenhum comentário: