terça-feira, 16 de junho de 2009

Países do Bric se reúnem em busca de uma nova ordem mundial

Os líderes dos quatro países que formam o bloco dos Brics (sigla criada em 2001 pelo banco de investimentos Goldman Sachs para se referir a Brasil, Rússia, Índia e China) terão, nesta terça-feira, sua primeira cúpula presidencial em Ecaterimburgo, cidade na região dos Montes Urais, na parte asiática da Rússia. A pauta desse encontro inédito é vasta e inclui assuntos que refletem um interesse comum em buscar uma nova ordem global que reflita o peso que as economias emergentes ganharam nos últimos anos, e devem continuar ganhando no futuro. Pelo menos para o economista que criou a sigla, Jim O'Neill, esse futuro está mais próximo. De acordo com suas mais recentes projeções, em 2027, a economia da China deve superar a dos Estados Unidos, contribuindo, em grande parte, para que o grupo como um todo supere as economias ricas do G7 em menos de duas décadas. A previsão anterior era de que isso ocorresse em 2035. A revisão se deve a um crescimento da China maior do que o esperado nos últimos anos e aos efeitos da crise na economia global. A crise será um dos principais temas da cúpula em que os quatro chefes de Estado devem chegar a um consenso sobre o caminho que deve ser trilhado para que a economia volte a crescer com estabilidade. Eles devem discutir ainda assuntos diversos, como a reforma das instituições financeiras internacionais, o diálogo dos Brics no futuro, o papel do G20, mudanças climáticas e questões de segurança alimentar e energética. Tudo isso em apenas quatro horas de reunião. Apesar das grandes diferenças entre os quatro países, alguns temas são consensuais, como a visão de que é necessária uma reforma no sistema financeiro global. Os quatro defendem o fortalecimento de mecanismos de supervisão do mercado financeiro e reformas que dêem mais voz aos emergentes no FMI (Fundo Monetário Internacional) e no Banco Mundial, instituições criadas no fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) para supervisionar a economia global.

Nenhum comentário: