sexta-feira, 19 de junho de 2009

Polícia Federal apura esquema de corrupção na Aneel

A Polícia Federal investiga um esquema de corrupção na Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Um servidor do órgão foi preso na última terça-feira. A apuração é um desdobramento da Operação Abate, que desmontou quadrilha especializada na liberação de alimentos impróprios para o consumo em Rondônia. No órgão regulador da área de energia, as suspeitas são sobre venda de informação privilegiada no processo de autorização para a construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs, pequenas usinas). Para o Ministério Público Federal em Rondônia, uma das empresas investigadas na Operação Abate, o grupo Bihl, que atua no comércio de couro na região Norte, tem interesse em PCHs. Segundo o procurador da República Reginaldo Trindade, há evidências que apontam para o pagamento de uma propina de R$ 3.000,00 mensais ao funcionário André Luiz Merlo Marengo, da Aneel, para obter informações privilegiadas sobre o processo de autorização dessas usinas. Marengo foi preso. O negócio das PCHs (até 50 MW, megawatts) está em franca expansão. De 2004 para cá, a quantidade de usinas subiu de 250 para 343 (37%), e a capacidade instalada aumentou de 1.219 MW para 2.757 MW (126%). No mesmo período, o crescimento das hidrelétricas, usinas de grande porte, foi bem menor: a quantidade de usinas foi de 144 para 159 (10,4%), e a potência instalada, de 67.777 MW para 74.918 MW (10,5%). As pequenas usinas vendem energia principalmente no mercado livre, onde grandes consumidores, como indústrias, compram energia sem passar pelas distribuidoras. Com um preço médio de R$ 110,00 por MWh no mercado livre, as PCHs poderiam faturar até R$ 1,5 bilhão por ano.

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