quinta-feira, 11 de junho de 2009

Submarino nuclear inicia buscas por caixas-pretas do Airbus

O submarino nuclear francês Émeraude iniciou nesta quarta-feira as operações para tentar localizar as caixas-pretas do Airbus A330 da Air France. Equipado com potentes sonares, ele irá patrulhar diariamente uma área de 36 quilômetros quadrados, que será a "cada dia diferente", afirma o comandante Christophe Prazuck, porta-voz do Estado Maior das Forças Armadas da França. "A tarefa será muito complicada e precisará ter muita sorte para localizar as caixas pretas", disse o comandante. Prazuck cita o exemplo do acidente aéreo em Sharm el Sheikh, no Egito, em 2004. "O avião caiu próximo à costa, sabíamos qual era o local exato do acidente e foram necessários 15 dias para localizar as caixas-pretas". "No caso do vôo 447 da Air France, o acidente ocorreu a cerca de mil quilômetros da costa e há grandes incertezas sobre o local exato", afirma Prazuck. Além disso, diz ele, o fundo marinho nessa área, com profundidades que podem chegar a 4,6 mil metros, foi pouco estudado pelos cartógrafos e possui um relevo montanhoso, com muitas rochas e lama. O submarino Émeraude pode mergulhar apenas algumas centenas de metros, mas tem capacidade para detectar os sons emitidos pelas caixas pretas de até 2 mil metros de profundidade, afirma Prazuck. Segundo o porta-voz militar, o submarino Émeraude patrulhará á área de busca sozinho nos próximos dois ou três dias. Em seguida, a operação será reforçada por outros navios que chegarão ao local até o final da semana. Um deles é o Pourquoi Pas, que leva o minissubmarino tripulado Nautile, que pode descer até 6 mil metros de profundidade. Ele possui braços mecânicos e será utilizado para chegar até o local das caixas pretas, quando a área onde elas estão for localizada. Dois rebocadores fretados pelo Ministério francês do Transporte também chegam ao local nos próximos dias. Nesses dois navios serão utilizados os sistemas de detecção sonora fornecidos pela marinha norte-americana, que consistem em um tipo de "microfone" submarino. Esse equipamento de detecção sonora será colocado no oceano por meio de longos cabos, puxados por rebocadores para tentar captar os sons emitidos pelos sinalizadores das caixas pretas. Os engenheiros franceses conseguiram calcular, nos últimos dias, a área "provável" do desastre com o vôo 447 da Air France.

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