quinta-feira, 11 de junho de 2009

Tesouro dos Estados Unidos desiste de impor teto salarial nos bancos

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, desistiu de impor através de lei um teto salarial às instituições financeiras. "Não vamos editar regras" de cumprimento obrigatório para a indústria financeira, pois "isso seria ineficiente", declarou Geithner durante entrevista em Washington, ao lado da presidente da SEC (Securities and Exchange Commission), Mary Schapiro. "Quero ser bem claro sobre o que não fazemos: não limitamos os salários, e não apresentamos fórmula específica sobre a forma como as empresas deveriam estabelecer sua política de remuneração", destacou Geithner. Assim, o Tesouro, que tinha anunciado há alguns meses a intenção de intervir na política de remuneração dos bancos, se limitou a enumerar uma série de princípios mais "transparentes e responsáveis" para as instituições financeiras. Desde que assumiu o comando do Tesouro, no fim de janeiro, Geithner reiterou diversas vezes que a prática de remuneração dos bancos, sobretudo o pagamento de bônus mirabolantes no fim do ano, foi uma das principais causas da crise. Ainda em maio, ele disse que o governo americano queria modificar profundamente a política de remuneração praticada pelos bancos. Os "grandes princípios" enunciados pelo Tesouro, que podem "evoluir com o tempo", defendem que a política de remuneração na indústria financeira "recompense adequadamente os resultados obtidos" e seja "estruturada para levar em conta" o risco no longo prazo. Ou seja, é uma capitulação do Tesouro norte-americano diante do setor financeiro, que produziu a crise econômica mundial.

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