sábado, 6 de junho de 2009

Vitória do Hizbollah em eleições pode isolar Líbano

Uma eventual vitória do grupo xiita libanês Hizbollah nas eleições parlamentares no Líbano neste domingo pode isolar o país. Nas eleições estão em jogo as 128 cadeiras no Parlamento, e o bloco que sair vencedor vai formar o novo governo. Especialistas indicam para uma disputa apertada entre os movimentos rivais 14 de Março (pró-Ocidente, que junta os principais grupos sunitas, cristãos e drusos do país), atual maioria no Parlamento, e o 8 de Março (liderado pela organização terrorista Hizbollah, que reúne xiitas, drusos e cristãos pró-Síria), apoiado por Síria e Irã. Uma vitória dos terroristas do Hizbollah será vista pela comunidade internacional com a tomada de poder feita pelo grupo terrorista Hamas em Gaza ou pelo grupo terrorista Taleban em Islamabad (no Paquistão), diz o diretor do Centro Carnegie para o Oriente Médio em Beirute, Paul Salem. Este cenário, segundo Salem, poderia levar a um colapso da ajuda internacional ao Estado libanês e às Forças Armadas do país. Então não faltariam armas do Irã e da Síria para o Líbano. O cientista político Hilal Khashan, da Universidade Americana de Beirute, acredita que outra consequência seria o aumento da tensão com Israel, já que o grupo terrorista Hizbollah usaria sua chegada ao governo como um pretexto para se rearmar. "O governo israelense poderia agir de forma precipitada e veria um governo do Hizbollah, apoiado por seus inimigos Irã e Síria, como ameaça à sua segurança", enfatizou Khashan. Neste caso, o professor não descarta um novo conflito com Israel, o que seria devastador para o Líbano. Khashan diz que o país continuará dividido entre dois campos após o pleito, mas terá seu mapa político redefinido. "Nós não acordaremos com um Estado islâmico no dia seguinte, em caso de vitória do Hizbollah, mas teremos sim uma nova estagnação política que só será resolvida com uma negociação entre os dois lados", salientou Khashan. Já Salem acredita em uma polarização ainda mais acentuada com uma eventual vitória do Hizbollah: "Não estariam descartados confrontos armados entre os dois lados por causa da pressão que isso causaria sobre o novo governo".

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