segunda-feira, 20 de julho de 2009

ONG do filho de Sarney recebeu financiamento da Eletrobrás

O Instituto Mirante, criado pelo empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), recebeu R$ 250 mil da Eletrobrás entre 2006 e 2007. De acordo com a Polícia Federal, Fernando beneficiava empresas privadas em contratos com o governo no setor elétrico, politicamente comandado por seu pai. A secretária do Conselho de Administração do Instituto Mirante, Luzia Campos de Sousa, única funcionária da São Luís Factoring, é apontada pela Polícia Federal como agente financeira de Fernando Sarney. Na última quinta-feira, ela foi indiciada por gestão de instituição financeira irregular, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e formação de quadrilha. O tesoureiro do Instituto Mirante, João Odilon Soares Filho, também foi indiciado. Soares Filho é sócio minoritário da São Luís Factoring, cuja proprietária é a mulher de Fernando Sarney, Teresa Murad, igualmente indiciada por gestão de instituição financeira irregular, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. O Instituto Mirante foi criado em 2004 como entidade sem fins lucrativos. Funciona no mesmo endereço do Sistema Mirante em São Luís (MA), grupo de comunicação que controla uma afiliada da TV Globo, rádios e um jornal. O principal dirigente do conglomerado é Fernando Sarney. De acordo com o Ministério da Cultura, o instituto recebeu pela Lei Rouanet R$ 150 mil da Eletrobrás em janeiro de 2007. A soma foi destinada à realização de festas. Em abril de 2006, a estatal já havia patrocinado com R$ 100 mil uma festa do Carnaval maranhense. O contrato desta festa com a Eletrobrás foi assinado por Fernando Sarney. Há uma ligação entre o Instituto Mirante e o desvio de dinheiro da Petrobras pela Fundação José Sarney. Entre 2005 e 2008, a Petrobras repassou R$ 1,34 milhão para a recuperação de um acervo de livros e de um museu pela fundação.

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