domingo, 12 de julho de 2009

Receita Videversus – aprenda a fazer Pecan Pie com a chef de cuisine Simone Nejar


Começamos nossa semana escutando músicas maravilhosas que nasceram no Kentucky, Tennessee e na Virgínia Ocidental, entre os Montes Apalaches e o Rio Mississipi e entre as cidades de Knoxville, Louisville, Nashville, Chattanooga e Memphis. A região da música Bluegrass, “Bluegrass Country”, atravessa vários mundos e hoje chega aqui em casa, com sua alegria contagiante. Quando pensamos em música Bluegrass logo nos vem à mente o duelo de um banjo contra um violão no filme “Deliverance”, cena magnífica que ocorre antes dos viajantes começarem sua descida das corredeiras. Trata-se de uma região onde uma geração de migrantes, oriundos da Inglaterra, País de Gales e Escócia, se desgarraram da corrente migratória que colonizou a costa leste, para embrenharem-se nas montanhas e criarem núcleos quase auto-suficientes. Isso incluiu uma nova musicalidade em torno das canções e músicas originárias de seus antigos lares nas ilhas britânicas. Usavam como instrumentos musicais lâminas de serra, potes de barro, ocarinas primitivas e outras improvisações, geralmente acompanhando um violão, cavaquinho, banjo e uma rabeca. Era este povo que entregava um único cartucho e uma espingarda a um menino e o mandava trazer caça para o almoço. Se usasse dois cartuchos, podia fazer falta. Aí está o ponto de origem da maioria dos primeiros caubóis do velho oeste, dos melhores atiradores do Exército Confederado na Guerra Civil Americana. Eles eram pobres. Não tinham escravos porque não podiam comprá-los, mas na Guerra Civil, que entre outras coisas foi pra abolir a escravidão, ficaram do lado do Sul, escravocrata. Sua música se fundiu em parte com a música Cajun dos Acadianos, que eram os franceses canadenses que rumaram à Louisianna depois que foram deslocados pelos ingleses do Quebec. As letras das músicas falam de bons cães de caça, mulheres corajosas, trabalho nas minas de carvão da Virgínia Ocidental e de outro subproduto da sociedade deles, as lutas entre famílias, as vendettas sem fim. Hoje eu vou preparar uma torta de nozes cuja receita é tradicional do Kentucky. Esta semana tive uma alegria enorme ao receber uma caixa com seis CDs da banda São Paulo Bluegrass, através do amigo Erio Meili. O site da banda, para quem quiser conferir, é o www.bluegrass.com.br. Passei o fim de semana curtindo as músicas e preparando umas comidas gostosas para oferecer aos talentosos amigos, que vou deixar aqui no decorrer da semana. Hoje eu queria servir mesmo a Pecan Pie, que fica uma maravilha, e é bem fácil de fazer. Para a massa, vamos misturar 180 g de farinha, 120 g de manteiga amolecida, 60 g de açúcar e uma gema. Não convém sovar muito, mas apenas esfarelar os ingredientes até que haja alguma liga. Vamos forrar uma tarteira de 25cm de diâmetro e deixar na geladeira enquanto preparamos o recheio, da seguinte forma: numa vasilha, vamos misturar com um “fouet” (batedor manual) 3 ovos, uma xícara de açúcar mascavo, uma pitada de sal, um terço de xícara de manteiga derretida e uma xícara de glucose de milho (Karo). Preaquecemos o forno. Despejamos dentro da tarteira a mistura e depois salpicamos com uma xícara de nozes pecan picadinhas. Levamos ao forno a uma temperatura de 180º por uns quarenta minutos. Servimos a torta ainda morna. Para beber, vou sugerir algo bem típico, Mint Julep: pegue um copo grande, encha com gelo, coloque uma dose de uísque ou Bourbon, coloque uma colher de açúcar, uma dose de água, amasse uma folha de hortelã e jogue dentro do copo, decorando sua borda com um ramo de hortelã. Uma ótima semana a todos!

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