terça-feira, 21 de julho de 2009

Receita Videversus – aprenda a fazer uma torta de maça irresistível com a chef de cuisine Simone Nejar

A maçã, ingrediente por excelência da boa confeitaria, sempre ocupou um papel de destaque no imaginário coletivo. A Bíblia fala em fruto proibido, aquele que a serpente deu a Eva para que fizesse Adão provar, mas não especifica que fruto seria esse. As suspeitas recaem sobre o figo, a uva e a maçã, é claro. Entre as populações de origem céltica, a maçã representa o conhecimento, a revelação e a magia. Para os gregos, ela é o elemento desagregador, o pomo da discórdia atirado pela deusa Éris, com a inscrição “à mais bela”, que semeou a briga entre as deusas e acabou dando início à Guerra de Tróia. Um dos doze trabalhos de Hércules foi, justamente, colher algumas maçãs do jardim dos deuses. Para os povos antigos, portanto, a maçã representava a imortalidade, ou mesmo um atributo dos deuses, como a sabedoria. Zeus e Hera receberam maçãs como presente de casamento. Para os povos germânicos, a maçã também significa a imortalidade. A deusa Idun presenteava os demais deuses com suas maçãs de ouro, guardadas num cesto, assegurando-lhes a juventude eterna. Todavia, quando a deusa foi seqüestrada por um gigante, os deuses começaram a envelhecer. A sugestão de hoje é fazer rapidamente uma tentadora torta de maçã com creme. Vamos descascar umas quatro maçãs ácidas, cortá-las ao meio, retirar as sementes e fatiá-las. Deixamos alguns minutos macerando com quatro colheres rasas de açúcar, suco de meio limão e uma boa dose de licor de amêndoas (Amaretto). Vamos fazer a massa em menos de cinco minutos, misturando 180g de farinha de trigo, 120 g de manteiga à temperatura ambiente, 60 g de açúcar e uma gema. Misturamos sem sovar. A massa ficará ainda farelenta. Forramos o fundo de uma forma de aro removível (não é preciso untar), furamos com um garfo e guardamos na geladeira enquanto preparamos o creme. Batemos no liquidificador meio litro de leite, seis gemas, um quarto de xícara de farinha de trigo e três quartos de xícara de açúcar. Levamos ao fogo numa panelinha sempre mexendo com a colher de pau. Quando engrossar, desligamos e juntamos duas colheres de sopa bem cheias de manteiga, uma colher de sopa de essência de baunilha e batemos bem. Deixamos esfriar. Para a montagem da torta, colocamos o creme sobre a massa da torta ainda crua e ajeitamos as maçãs por cima. Polvilhamos com canela e levamos ao forno médio preaquecido por mais ou menos 25 a 30 minutos. Servimos ainda morna, como sobremesa, ou geladinha, na hora do chá. Esta torta é muito simples, rápida para fazer e instantânea para devorar. Como variação, podemos usar outras frutas, como figos, morangos, cerejas, mirtilos, pêssegos ou ainda uma combinação de todas elas. O único cuidado é não cozinhar os morangos, cerejas e mirtilos, que devem ser colocados crus em cima do creme. Se gostar, prepare uma geléia de brilho levando ao fogo água, açúcar, licor e um pouquinho de amido de milho, até engrossar, e vire sobre a torta, dando aquela aparência brilhante e apetitosa. (PS – o editor de Videversus, jornalista Vitor Vieira, foi o convidado de Simone Nejar para degustar essa maravilhosa torta no último sábado, em Porto Alegre, no elegante e acolhedor apartamento da tradutora juramentada Hedy Hoffman; o prato principal do almoço foi feito pelo consultor Ralph Hoffman, uma vitela sensacional que fez aparecer arrebóis sobre o rio Guaíba vislumbrado pelo janelão do apartamento; foi uma dessas tardes que devem ser apreciadas pelos leitores de Videversus).

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