quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Banco do governo mineiro paga R$ 25 mil a ex-dirigente que cedeu lugar a Itamar

O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais paga um salário mensal de mais de R$ 25 mil, desde fevereiro de 2007, ao ex-presidente do conselho de administração da instituição, Hindemburgo Chateaubriand Pereira Diniz, para ele ficar em casa. Hindemburgo renunciou ao cargo de presidente do conselho em 30 de janeiro de 2007, onde estava desde 2003, primeiro ano do governo Aécio Neves (PSDB). O Estado, principal acionista do banco, referendou o pagamento. Dezessete dias depois da renúncia, o BDMG assinou um contrato de R$ 1,23 milhão com o próprio Hindemburgo, sem licitação, para prestação de serviços de "aconselhamento sobre políticas de desenvolvimento e assuntos internacionais". Não é uma gracinha?!!! Ele disse que renunciou porque o governo queria substituí-lo pelo ex-presidente da República, Itamar Franco. Em 2006, Itamar tentou ser candidato ao Senado pelo PMDB, mas acabou preterido pela candidatura do ex-governador Newton Cardoso. "Saí da presidência já com esse propósito, de o banco me contratar. O Itamar ia para lá. Eles queriam colocar o Itamar lá, e me ofereceram o contrato de consultoria. Eu senti esse processo. Estava constrangedor", diz Hindemburgo, de 77 anos, cujo mandato venceria apenas em 2008. O contrato 1.843/2007, válido até fevereiro de 2011, prevê o pagamento de R$ 308 mil por ano ao ex-presidente do conselho de administração do banco. Também está previsto o reembolso de viagens relacionadas ao objeto do contrato. O valor, segundo o próprio Hindemburgo, é semelhante ao que ele ganhava no conselho, somado aos benefícios da época, como secretária e motorista à disposição. O contrato foi legitimado por uma assembléia extraordinária realizada em 1º de fevereiro de 2007, dois dias após o anúncio formal da saída de Hindemburgo do conselho. Estavam na reunião o advogado-geral do Estado, José Bonifácio Borges de Andrada, o então vice-presidente do conselho e ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Wilson Brumer, e o então presidente do BDMG, Romeu Scarioli. Hindemburgo já foi presidente do BDMG entre 1967 e 1970, e entre 1991 e 1995. Hindemburgo Pereira Diniz disse que recebe do governo, líquido, cerca de R$ 17 mil mensais, e que trabalha em casa, "inclusive aos sábados e domingos".

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