quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Economist diz que Lula precisa defender democracia em nível internacional

Um editorial na edição desta semana da revista britânica "The Economist" afirma que chegou o momento de o presidente Lula fazer uma opção clara pela defesa da democracia em nível internacional e "decidir quais são seus verdadeiros amigos" entre os líderes mundiais. Segundo a publicação, a estabilização econômica, aliada à "cordialidade" e ao "instinto de conciliação" de Lula, "que faz com ele tenha amigos em todo lugar", fizeram do Brasil um país influente em nível internacional. No entanto, esta influência, na opinião da publicação, não veio com o "peso da responsabilidade" que deveria acompanhá-la, o que faz com que Lula corra o risco de deixar um legado "decepcionante" e "ambíguo". "O Brasil precisa decidir o que realmente defende e quais são seus verdadeiros amigos, ou corre o risco de que outros façam esta escolha em seu lugar”, diz a “The Economist”. Segundo a revista, o governo Lula tem mostrado uma "embaraçosa negligência com a democracia fora de suas fronteiras". Entre os exemplos desta postura, a publicação cita o "alinhamento do Brasil na ONU com países como China e Cuba para proteger regimes abusivos" e o fato de Lula ter comparado a crise que se seguiu às eleições presidenciais iranianas às reclamações da torcida de um time que perde uma partida de futebol. A revista também critica a postura adotada por Brasil em relação ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que classifica como "um homem que ameaça começar uma nova Guerra Fria na região" "Só um paranoico pode conceber o acordo da Colômbia e Estados Unidos como uma ameaça à Venezuela e à Amazônia. Mesmo assim, o Brasil decidiu expressar preocupação com as bases, permanecendo em silêncio em relação às evidências de que membros do governo Chávez venderam armas às Farc", diz a revista. A The Economista, com certeza, já deve saber que essa exortação a Lula para que defenda a democracia não terá nenhum efeito.

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