domingo, 9 de agosto de 2009

PMDB gaúcho na sinuca, com presidente de diretório da Capital denunciado na Operação Rodin

A bancada do PMDB na Assembléia Legislativa tomou a iniciativa de assinar o requerimento para a constituição da CPI petista para procurar incriminar o governo Yeda Crusius (PSDB). É um autêntico caso de tiroteio nos próprios pés. Primeiro, porque o PMDB é o principal partido da base de apoio do governo Yeda Crusius. Segundo, porque o PMDB do Rio Grande do Sul já larga com um dos seus nove deputados estaduais denunciados no inquérito civil que o Ministério Público Federal protocolou na 3ª Vara Federal Criminal de Santa Maria esta semana. Trata-se de Luiz Fernando Salvadori Zachia, líder da bancada. Mais ainda: esta CPI petista não deve durar menos de seis meses, o que é tempo mais do que suficiente para a eclosão das denúncias da Operação Solidária. E, nesta nova Operação conduzida pelo Ministério Público Federal devem cair mais dois deputados estaduais do PMDB: Alceu Moreira e Marco Alba (estes dois são braço direito e esquerdo do deputado federal Eliseu Padilha, também envolvido nas investigações da Operação Solidária). Ou seja, antes de chegar ao seu término, o PMDB gaúcho poderá ter quase a metade de sua bancada estadual sendo investigada pela própria CPI petista que ajudou a convocar. Poucas vezes tem se visto uma atuação política típica de suicida,ou de escorpião colocado em círculo de fogo. Mas, talvez não houvesse mesmo outra alternativa ao PMDB do Rio Grande do Sul, para tentar salvar o que ainda puder da sua mística de partido incorruptível. Nunca esquecer que o partido no Estado é presidido pelo senador Pedro Simon. Para completar: o deputado estadual Luiz Fernando Salvadori Zachia, líder da bancada do partido na Assembléia, está metido em uma enrascada sem fim. Ele precisará renunciar à condição de líder da bancada, porque será inconcebível o partido permanecer sendo dirigido na Assembléia Legislativa por quem é objeto de investigação na CPI petista, e também precisará se afastar da presidência do Diretório Municipal do PMDB em Porto Alegre. De quebra, sua candidatura a deputado federal, no próximo ano, fica totalmente minada, bem como a de sua principal dobradinha, o vereador Sebastião Melo, presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre. Zachia tinha escapado miraculosamente de ser envolvido na primeira fase da Operação Rodin sobre a fraude no Detran gaúcho, na qual foram apurados desvios de mais de 44 milhões de reais de recursos públicos. Ficou incompreensível a sua incolumidade porque ele havia nomeado, para o estratégico cargo de diretor-administrativo e financeiro do Detran, durante os quatro anos do governo Rigotto (PMDB), o seu braço direito Hermínio Bittencourt, que o acompanhava desde quando ele era vereador na Câmara Municipal de Porto Alegre. Aliás, esta Operação Rodin causa uma grande estupefação, porque os fatos apurados por ela ocorreram, no mínimo em cerca de 80 por cento, durante o governo de Germano Rigotto (PMDB), e toda a trama se desenvolve como se a grande e única culpada fosse a governadora Yeda Crusius. O PMDB, que é o principal partido da base de sustentação do governo de Yeda Crusius, e por isso levou parcela dentro de sesmarias do governo, tais como o Banrisul, Corsan, e outras órgãos, deverá debater nos próximos dias qual a melhor data para desembarcar do governo Yeda Crusius. O astuto senador Pedro Simon acha que a melhor maneira de tirar o seu partido do foco da CPI petista que pretende apurar a corrupção é colocá-lo desde já em campanha eleitoral. O problema é que o candidato do partido poderá ter um das suas asas fulminadas em pleno vôo ainda durante a pré-campanha.

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