terça-feira, 11 de agosto de 2009

Secretaria gaúcha do meio ambiente firma acordo com sindicato líder de cartel do lixo

A Secretaria do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) anunciam que assinaram um protocolo de intenções estabelecendo parceria na área da gestão integrada de resíduos sólidos. O documento foi assinado na abertura do curso Gestão Integrada de Resíduos Sólidos no Nível Municipal, promovido pela Sema/Fepam e que teve início nesta terça-feira, na sede da Famurs. Segundo o diretor de Relações Institucionais da Abrelpe, Carlos Silva Filho, o Rio Grande do Sul destaca-se do restante do País na gestão de resíduos, fato comprovado pelo aumento de 14% na coleta em 2008 comparado com o ano anterior. Das 15,7 milhões de toneladas/dia de resíduos gerados no Estado, 67% têm destino correto. Carlos Silva Filho informou que, em 2008, o setor do lixo movimentou 2 bilhões de reais na Região Sul e deu emprego a 32 mil pessoas. O coordenador do Sistema Integrado de Gestão Ambiental (Siga) e diretor-geral da Sema, Niro Afonso Pieper, ressaltou que o Estado já é pioneiro em várias áreas na questão ambiental e que a assinatura do protocolo oportunizará maior integração e formação de uma rede de colaboradores para tratar do problema. Para a diretora técnica da Fepam, Maria Elisa dos Santos Rosa, o enfrentamento da coleta e destinação dos resíduos trará resultados positivos se for constituída rede sólida envolvendo toda a sociedade. "A solução do problema não é governamental nem institucional, é de todos", declarou a diretora. A abertura teve a participação da consultora do Instituto do Banco Mundial, Simone Sühnel, e do coordenador-geral da Famurs, Pedro Feiten. O que não está dito é algo absolutamente preocupante: a associação de órgãos públicos com uma entidade líder de cartel no Brasil, no caso, o cartel do lixo, que é dominado por meia dúzia de empresas no País. Fazer a exaltação da situação do lixo no Rio Grande do Sul é de morrer de rir. Tanto que o Estado tem praticamente quase só um aterro sanitário licenciado para funcionar, o da SIL (Soluções Inteligentes em Limpeza), em Arroio dos Ratos. Este aterro recebe o lixo de quase 250 cidades do Rio Grande do Sul. Ou seja, o lixo gaúcho faz um estratosférico passeio pelas estradas do Estado a cada dia que passa, os 365 dias do ano. Só o lixo de Porto Alegre completa o equivalente a uma volta em torno da Terra a cada semana. Que tal, hein?!!!! E ninguém toma providência na administração da capital para resolver esse monumental desperdício. Para que se mantém 36 vereadores, ou 36 nulidades, que são incapazes de perceber o quanto é jogado fora de recursos do contribuinte em torno do maior contrato de prestação de serviços da cidade, o de maior valor? O prefeito José Fogaça está a caminho de completar dois mandatos, oito anos de governo na cidade, sem resolver os dois maiores problemas de Porto Alegre: lixo (quanto à destinação final) e informatização da saúde. A associação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e da Fepam com a Abrelpe é absolutamente vergonhosa. Tudo que a Abrelpe faz é no sentido de que a cartelização dos serviços de lixo tome conta do Rio Grande do Sul. Duas empresas lideram estas tentativas, a Cavo (que pertence à Camargo Correa) e a Vega. Esta última acaba de assinar mais um desses inconcebíveis contratos emergenciais com a administração petista de Canoas, governada pelo prefeito Jairo Jorge. Quem tinha alguma dúvida se uma gestão petista seria diferente da do ex-prefeito Marcos Ronchetti, já começa a ter as primeiras demonstrações de que será igual.

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