quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Al Qaeda divulga vídeo de suicida e ameaça família real saudita

O braço da rede terrorista Al Qaeda na península Arábica ameaçou o regime saudita nesta terça-feira com novos ataques e mandou um recado aos governantes: "procurem salvar a própria pele". A mensagem surge menos de um mês do mais ousado atentado no país nos últimos anos, a tentativa de assassinato do vice-ministro de Interior, o príncipe Mohammed bin Nayef Abdel Aziz, responsável pela dura repressão à rede comandada pelo terrorista saudita Osama bin Laden. Em um vídeo de dez minutos gravado antes de cometer o atentado, o terrorista Abdallah Hassan al Asiri acusa o regime saudita de transformar o país em um centro de corrupção e de desintegração moral pelo fato de combater o islã. Em 27 de agosto, o terrorista fingiu que se entregaria ao príncipe e detonou um explosivo que trazia junto ao corpo. O militante morreu, e o príncipe sofreu ferimentos leves. Na gravação, a Al Qaeda acusa os governantes sauditas de serem os agentes da cruzada ocidental e de permitir que o território seja utilizado como base para lançar ataques contra grupos islâmicos do Iraque e do Afeganistão. "A península Arábica se transformou em pista de decolagem de aviões para bombardear nossos irmãos do Iraque e do Afeganistão", disse o autor da tentativa de assassinato do vice-ministro saudita. Durante a gravação, Asiri aparece segurando uma granada em uma das mãos e dirige-se ao vice-ministro saudita dizendo que tem amplos poderes para lutar contra os mujahedins (combatentes islâmicos) da Al Qaeda. Por sua vez, o líder do grupo Al Qaeda na Península Arábica, Nasser al Wehaishi, também conhecido como Abu Bassir, afirmou que embora os governantes sauditas consigam salvar sua pele, os mujahedins (guerrilheiros muçulmanos) continuarão a perseguição. "Nós os caçaremos em qualquer lugar e de qualquer forma até eliminarmos a sua idolatria", afirmou o líder regional da Al Qaeda. O regime saudita, que governa as duas cidades mais sagrados do islã, Meca e Medina, mantém o país sob um estrito controle social e religioso, seguindo o rígido movimento wahhabita, e combate a Al Qaeda desde maio de 2003, quando terroristas do grupo lançaram bombas contra o país. O próprio Bin Laden, filho de um empreiteiro iemenita que enriqueceu a serviço da família real, fazia parte da elite saudita e saiu do país no início dos anos 90 quando sua oposição à presença de tropas norte-americanas em solo saudita transformou-se em desafio aberto ao governo.

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