quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A bomba-relógio de Lula, orçamento prevê gasto recorde com Bolsa-Família e servidores

Recorde de gastos com custeio da máquina pública e a maior promessa de investimentos da história do governo. Essas são as duas grandes marcas do Orçamento da União para 2010, o ano eleitoral da sucessão do presidente Lula. Sinal do aumento de gastos é a mudança no critério de seleção das pessoas atendidas pelo Bolsa-Família, que incorporou 1,7 milhão de novas famílias. Já o pulo na promessa de investimentos é o maior dos últimos três Orçamentos. Entre 2007 e 2008, os investimentos cresceram R$ 900 milhões. Na comparação deste ano com 2010, o governo promete elevar os investimentos em mais R$ 8,1 bilhões, passando de R$ 37,9 bilhões para R$ 46 bilhões. O total de investimentos costuma ser promessa que fica em grande parte no papel. O dinheiro não é liberado e acaba contabilizado como restos a pagar nos anos seguintes, isso quando chega a ser empenhado e o serviço ou a obra de fato são contratados. Até agosto deste ano, apenas 35% (R$ 7,7 bilhões) do orçamento total do PAC da infraestrutura logística (R$ 21,9 bilhões) foram aplicados. Desses R$ 7,7 bilhões gastos, 73% (R$ 5,7 bilhões) foram restos a pagar herdados dos anos anteriores. No caso do Bolsa-Família, o número de famílias de 2006 a 2009 ficou estável, na casa dos 11 milhões. O custeio oscilou de R$ 10,5 bilhões, em 2008, para R$ 11,4 bilhões neste ano. Mas, para o ano eleitoral de 2010, esse custeio vai atingir R$ 13,1 bilhões e o número de famílias atendidas deve alcançar 12,7 milhões. A justificativa é que o governo decidiu aumentar para R$ 137,00 per capita a linha de renda usada para determinar os beneficiários do programa. Até então o limite era de R$ 120,00 per capita. Também neste ano, os benefícios foram reajustados em 10%, elevando a média paga por família de R$ 85,00 para R$ 93,50. Os novos valores entram em vigor a partir deste mês. O gasto com pagamento de salários de servidores vai atingir 5,09% do PIB em 2010 (R$ 169,4 bilhões), ano em que o crescimento econômico programado será de 4,5%.

Nenhum comentário: