quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Editorial do Wall Street Journal defende que Zelaya se entregue

Editorial do jornal norte-americano Wall Street Journal nesta quarta-feira diz o óbvio: dado o quadro, a única solução, que evita a violência em Honduras, é o golpista Manuel Zelaya se entregar às autoridades do seu país, para que seja julgado. Diz o editorial do Wall Street Journal: “Depois de quase três meses no exílio, Manuel Zelaya volta a Honduras. Refugia-se na embaixada brasileira e passa, dali, a comandar os atos em favor de sua reinstalação no poder, incitando seus apoiadores a tomar as ruas. Se a situação degenerar em violência, a responsabilidade dos Estados Unidos não será pequena”. O jornal lembra que ele foi deposto depois de incitar um movimento em favor da mudança da Constituição, que poderia lhe dar um segundo mandato, o que a Constituição proíbe de modo claro. O texto observa que ele foi advertido muitas vezes a desistir de seu intento, até que foi deposto por decisão da Suprema Corte. O Wall Street Journal observa que as instituições hondurenhas apoiaram a deposição, inclusive membros de partido de Zelaya, a Igreja Católica e observadores de entidades que defendem os direitos humanos. Para evitar a violência, os militares tiraram Zelaya do país. Ocorre que esse ato deu a falsa impressão de que sua deposição tinha sido ilegal e remetia à velha tradição latino-americana de golpes de estado. O texto observa que os Estados Unidos apóiam Zelaya desde sempre. Enquanto pediam negociação e recomendavam calma, Barack Hussein e Hillary Clinton insistiram que Honduras deveria ignorar as transgressões de Zelaya à ordem legal e reinstalá-lo no poder. Os Estados Unidos chegaram ao ponto de cortar a ajuda a Honduras, com a suspensão de vistos. O editorial lembra que os Estados Unidos já anunciaram que não reconhecerão o resultado das eleições de novembro, que já estavam marcadas. Diz o editorial: “Esta incomum pressão diplomática contra o pequeno país da América Central colaborou para que ZeLaya recusasse qualquer compromisso para retornar à Presidência, a despeito do potencial de instabilidade e violência que tal comportamento carregava. Isso também o encorajou a retornar ao país, apostando que a provocação não poria em risco o apoio que vem recebendo dos Estados Unidos. E não pôs mesmo. Zelaya e seus seguidores estão agitados. Tomaram a embaixada brasileira e portam coquetéis Molotov. E de lá conclamam: restituição ou morte. Micheletti anunciou o toque de recolher, mas os seguidores de Zelaya resistiram. E Honduras está num impasse. Na segunda-feira, Zelaya afirmou que ele deve seu retorno e sua sobrevivência política ao apoio da comunidade internacional. Ele está se referindo ao apoio do sandinista Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, da FMNL, ex-grupo guerrilheiro de El Salvador, e especialmente de Hugo Chávez, presidente da Venezuela. Mas que fique claro, nenhum desses apoios teria validade sem as fortes sanções diplomáticas aplicadas pelos Estados Unidos. Agora que Zelaya está de volta, a melhor solução para evitar a violência é os Estados Unidos insistirem firmemente para que ele próprio se entregue às autoridades hondurenhas, para que seja preso e julgado”.

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