terça-feira, 22 de setembro de 2009

Fiesp pede atuação do governo Lula no câmbio para proteger saldo comercial

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) divulgou nesta segunda-feira estudo que indica que as exportações recuperaram, no segundo trimestre deste ano, a mesma participação da produção industrial que havia registrado em 2008. Para a entidade, o movimento está ligado às oscilações da moeda. Roberto Gianetti da Fonseca, diretor do departamento de relações internacionais e comércio exterior da Fiesp, afirmou que é preciso que alguma instância do governo federal abrace a responsabilidade de administrar o câmbio do País a fim de evitar as fortes oscilações do real, que têm prejudicado o setor manufatureiro da economia por inibir as exportações e estimular as importações. "O Banco Central diz que só cuida da estabilidade monetária; a Fazenda, da estabilidade fiscal. Alguém precisa assumir o mandato da estabilidade cambial", disse ele nesta segunda-feira. Para Fonseca, essa função deveria ser exercida pelo Banco Central. "Jamais devemos abdicar do regime de câmbio flutuante. No entanto, o Banco Central poderia ser mais ativo e inteligente nas compras de divisas para as reservas internacionais. Neste momento, há um excedente na entrada de recursos que derruba a taxa", disse Fonseca. No segundo trimestre deste ano, quando o câmbio médio ficou em torno de R$ 2,10 por dólar, a participação das exportações na produção total da indústria do País subiu dos 20,3% registrados no primeiro trimestre para 22,9%, no segundo, praticamente voltando ao patamar do mesmo período de 2008. Além do efeito da depreciação da moeda local, o encolhimento do mercado doméstico contribuiu para que a parcela de mercadorias destinadas a vendas para outros países se mantivesse estável apesar da redução nos volumes e valores negociados.

Nenhum comentário: