quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Honduras cobra Brasil para definir situação do golpista Zelaya na embaixada

O presidente de Honduras, Roberto Micheletti, pediu ao Brasil que defina a situação do presidente deposto, o golpista Manuel Zelaya, que se refugia desde segunda-feira na embaixada do Brasil em Tegucigalpa. Micheletti quer que o Brasil entregue Zelaya à Justiça hondurenha ou conceda asilo. Zelaya está na embaixada brasileira, representada por apenas quatro funcionários, com cerca de cem pessoas. De dentro da embaixada ele faz comícios o dia inteiro, insuflando uma insurreição no país. De acordo com o artigo 22 da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, de 1961, os locais das Missões Diplomáticas (embaixadas e edifícios anexos) são invioláveis. Os agentes do Estado acreditado não podem penetrar neles sem o consentimento do chefe da missão. O governo brasileiro disse que garantirá a proteção do golpista Zelaya dentro da embaixada e pediu ao Conselho de Segurança da ONU uma reunião de emergência para discutir a crise em Honduras. O golpista Zelaya, em entrevista para o jornal Folha de S. Paulo, disse que o Brasil "não sabia" de seus planos: "Tomei a decisão de vir direto à embaixada por uma questão de estratégia, uma posição de reserva, para que o plano não corresse risco”. O golpista foi instruído pelo clown bolivariano Hugo Chávez, que queria o envolvimento direto do Brasil na questão. Mas o Ministério de Relações Exteriores do Brasil confirmou que o Brasil foi alertado pouco antes da viagem do golpista Manuel Zelaya por uma deputada hondurenha favorável a ele. O encarregado de Negócios da embaixada brasileira, o diplomata Francisco Catunda Rezende, avisou então o chanceler Celso Amorim, que conversou com o golpista por telefone quando este já estava na embaixada brasileira. "Zelaya pode viver ali cinco ou dez anos, nós não temos nenhum inconveniente que ele viva ali", disse o presidente Roberto Micheletti. Policiais e militares mantiveram o cerco à embaixada do Brasil nesta quarta-feira.

Nenhum comentário: