terça-feira, 1 de setembro de 2009

Índios atacam exploração comercial da empresa Natura apoiada por Marina Silva

Defendida pela senadora Marina Silva (PV-AC), a exploração comercial de um fruto típico do Acre gerou um processo judicial por biopirataria contra a empresa Natura. A gigante do setor de cosméticos tem relações próximas com a pré-candidata do PV à Presidência da República. A empresa é ré em uma ação do Ministério Público Federal na Justiça Federal do Acre em razão do aproveitamento ilegal do fruto do murmuru, usado na produção de xampus e sabonetes. A acusação é de uso comercial a partir do conhecimento tradicional do fruto pela etnia ashaninka, que vive na fronteira com o Peru. Em 2001, o murmuru constava de um acervo de plantas do Acre levado por Marina Silva à Natura, para possível exploração econômica. Em 2003 foi assinado um termo de compromisso nesse sentido entre a empresa e o governo do Acre, intermediado pela senadora. A Natura é considerada exemplo de compromisso com o meio ambiente por Marina Silva. Juntando doações da empresa e de seus diretores, foi a segunda maior contribuinte da última campanha da senadora, em 2002, com R$ 30 mil. Seu presidente, Guilherme Leal, é mencionado como possível vice na provável chapa de Marina Silva em 2010. A maior doadora para Marina Silva foi a Pirelli, com R$ 50 mil. Em agosto de 2007, a Procuradoria entrou com ação contra a Natura e mais duas empresas de cosméticos, em nome dos índios, cobrando compensação financeira. “A Natura, embora negue, acessou conhecimento tradicional sobre o murmuru. Não é digno de crença que, como gigante do ramo, não tivesse obtido dados a partir dos resultados das pesquisas junto aos ashaninkas”, diz a ação. Segundo Marina Silva, há uma “zona cinzenta” no marco regulatório para exploração de produtos ligados a comunidades tradicionais.

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