quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Nelsinho Piquet depõe na firma e confirma fraude, que bateu de propósito no GP de Cingapura do ano passado

O piloto brasileiro Nelsinho Piquet confirmou para a Federação Internacional de Automobilismo que provocou propositalmente o acidente no GP de Cingapura de F-1 do ano passado para favorecer seu companheiro na Renault, o espanhol Fernando Alonso. O depoimento, prestado na condição de delação premiada, ou seja, com garantia de que não haverá punição ao piloto, foi divulgado nesta quinta-feira pelo site "F1SA" (http://www.f1sa.com). "Eu, intencionalmente, causei o acidente, perdendo o controle do carro pouco antes da curva. Para ter certeza de que provocaria a batida na volta certa, perguntei diversas vezes no rádio o número da volta, o que não faço normalmente", diz trecho da carta assinada por Nelsinho Piquet. Segundo o dossiê, Nelsinho Piquet foi orientado pelo chefe da equipe Renault, Flavio Briatore, e o engenheiro-chefe, Pat Symonds, a sacrificar sua prova em benefício de Fernando Alonso. A orientação de como deveria ser o acidente foi dada por Symonds. O brasileiro deveria bater entre as voltas 13 e 14 da prova, na curva 17, um local que obrigaria a entrada do safety car na pista. Fernando Alonso foi para seu pit stop antes de todo mundo, pouco antes da batida. Em seguida, foi beneficiado pela entrada do carro de segurança e acabou mantendo a primeira colocação até o final, vencendo a prova. "Após as discussões com o Sr. Briatore e o Sr. Symonds, a armação do acidente nunca foi discutida novamente. O Sr. Briatore disse “obrigado” depois do fim da prova e não falou mais nada. Não sei se alguém tinha conhecimento desta estratégia no início da corrida", diz Nelsinho Piquet no depoimento. Ainda segundo o documento, Nelsinho aceitou a proposta feita pela alta cúpula da Renault por estar "em um estado mental e emocional muito frágil". O piloto não tinha garantias de que seu contrato seria renovado para 2009 e se dizia pressionado por Briatore, que também era seu empresário. A relação entre o piloto e o chefe da escuderia se deteriorou de vez na atual temporada. Após trocas públicas de farpas, o brasileiro foi dispensado da Renault. Segundo a revista "Autosport", a suposta armação no GP da Cingapura foi denunciada pelo pai de Nelsinho, o tricampeão mundial Nelson Piquet, que ficou indignado com a demissão do seu filho. A FIA já convocou uma reunião extraordinária do Conselho Mundial, no próximo dia 21, para julgar o caso, que está se transformando no maior escândalo da história da F-1. Rubens Barrichello, piloto da Brawn, comentou o escândalo Renault-Nelsinho Piquet ao chegar ao circuito de Monza, na Itália, nesta quinta-feira. E não poupou o compatriota de críticas. Para Rubinho, é inaceitável que algum piloto de Fórmula-1 bata o carro de propósito para tirar alguma vantagem disso ou beneficiar o companheiro de equipe: “O Nelsinho sempre foi uma pessoa que, apesar dos problemas que tive com o pai dele, sempre foi honrosa a respeito de não relacionar esses problemas, uma pessoa que tinha muito respeito. Mas, se pensar bem, se alguém tiver a capacidade de fazer isso, forçar a batida, não merece estar no esporte”. De fato, é inacreditável que um piloto de Fórmula 1 faça isso. Mais inacreditável que seja um piloto brasileiro. Só é compreensível porque ele vem de uma família originária de Brasília. Quer dizer que, para Nelsinho Piquet, era justificável fazer um acordo fraudulento para renovar seu contrato? E ele tem apenas 20 e poucos anos.... Essa é a noção ética que pauta as ações dos jovens brasileiros? Nelson Piquet precisa ser banido de todo e qualquer esporte para o resto da vida.

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