segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Senador Arthur Virgílio cobra explicações do Senado sobre gastos com cursos de servidores no Exterior

A primeira-secretaria do Senado terá que dar novas explicações ao líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), sobre o número dos servidores da Casa que fizeram curso no Exterior nos últimos 14 anos. Ele protocolou na sexta-feira um requerimento pedindo que seja informado quanto custou, por mês, ao Senado Federal, os cursos e congressos realizados por funcionários no Exterior. Pelo menos 100 servidores foram ao Exterior com despesas parcial ou integralmente pagas pela Casa. Após quase 80 dias, o comando do Senado Federal entregou na última segunda-feira um levantamento a Arthur Virgílio, que não informa o montante gasto pela Casa. Entre os cursos identificados estão os de contraterrorismo, inglês e capoeira. "A lista de servidores do Senado que fizeram cursos no exterior não atendeu integralmente ao que solicitava. Não ficou claro quais são os servidores efetivos e quais são os servidores comissionados daquela relação, onde estão ou estavam lotados os servidores listados, qual foi o custo mensal e anual de cada um desses servidores aos cofres do Senado. É preciso que isso seja esclarecido", disse Arthur Virgílio. O levantamento mostra ainda que 98 servidores tiveram autorização do Senado para ir ao Exterior participar de cursos de capacitação, entre eles de idiomas, graduação, pós-graduação, entre 2007 e 2009. A maior parte das licenças ocorreu em 2008, quando 58 funcionários foram liberados. Arthur Virgílio pediu para ter acesso aos dados depois de descobrir que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) tinha empregado em seu gabinete um servidor que, apesar de estar lotado na Casa, realizou curso no Exterior com o salário pago pela Casa. Arthur Virgilio respondeu a processo no Conselho de Ética pela denúncia de que um de seus servidores fez curso no Exterior às custas do Senado. O senador devolveu mais de R$ 210 mil ao Legislativo, mas ficou irritado com Renan, que considerou legítimo o pagamento. "Eu me antecipei a tudo. Bastava eu ter ficado quieto que não teria tido a repercussão que teve. Mas eu falei dez vezes sobre o assunto. Chamei atenção para o problema e eu próprio dei a solução. Eu falava dos fatos, mas não mencionava os nomes das pessoas envolvidas. Eu suponho que Vossa Excelência haverá de se explicar perante a Casa e a nação, como eu estou fazendo", disse Arthur Virgílio.

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