quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Justiça uruguaia condena ex-ditador a 25 anos de prisão

A Justiça uruguaia condenou nesta quinta-feira o ex-ditador Gregorio "Goyo" Álvarez a 25 anos de prisão pelo "homicídio especialmente agravado" de 37 opositores e por um crime de "lesa-humanidade". Álvarez está na prisão desde dezembro de 2007, quando foi acusado de uma série de "desaparecimentos forçados" e de transferências clandestinas de detidos da Argentina para o Uruguai quando, entre 1977 e 1978, em plena ditadura uruguaia (1973-1985), chefiava o Exército do país. O juiz Luis Charles foi o encarregado de comunicar a sentença ao ex-ditador. Ele recebeu a pena máxima prevista para seus crimes, que foi pedida pela procuradora Mirtha Guianze. O ex-ditador foi comandante-em-chefe do Exército uruguaio entre 1978 e 1979, e presidente de fato de 1981 até o final da ditadura, em 1985. A Procuradoria determinou que Álvarez estava a par das transferências clandestinas de militantes do Grupo de Ação Unificadora (GAU) e do Partido Comunista Revolucionário (PCR) ocorridas entre Buenos Aires e Montevidéu nessa época. Charles também anunciou hoje a pena de 20 anos de prisão para o militar aposentado Juan Carlos Larcebeau, também acusado de "homicídio especialmente agravado" de 29 pessoas. No domingo, os uruguaios decidirão em plebiscito sobre a anulação da chamada Lei de Caducidade, que, após ser aprovada em 1986 e ratificada em 1989, garantiu a impunidade de militares e policiais responsáveis por crimes e violações dos direitos humanos durante a ditadura uruguaia. O governo uruguaio declarou a causa aberta contra Álvarez à margem do amparo da Lei de Caducidade no referente a seu processo do crime de "desaparecimento forçado", relacionado às ações da Operação Condor, plano de repressão que uniu os esforços de diferentes ditaduras latino-americanas nos anos 70, entre elas a brasileira.

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