quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Paraguai abre arquivo da ditadura e ativistas dizem ter achado dados da Operação Condor

Ativistas de direitos humanos anunciaram ter encontrado nesta quarta-feira, nos arquivos do Ministério da Defesa paraguaio, documentos com dados da Operação Condor, a colaboração entre os regimes autoritários da região nos anos 70 e 80 contra opositores políticos e membros de grupos armados de esquerda. Os arquivos da ditadura paraguaia foram abertos pela primeira vez graças a um acordo entre o governo do presidente socialista Fernando “Pai Nosso” Lugo e organizações de defesa dos direitos humanos, depois de um pedido apresentado pelas vítimas da ditadura do país. "É um fato histórico, é a primeira vez na história da América Latina em que as Forças Armadas abrem seus arquivos", disse Martin Almada, que liderou o grupo de ativistas que entrou no arquivo, com a autorização do ministro paraguaio da Defesa, Luis Bareiro. "O fato de as Forças Armadas abrirem seus arquivos vai ajudar muito a investigação da Operação Condor e vai ajudar a Justiça internacional na Espanha, Argentina, Chile e França”, afirmou ele. Almada disse ter encontrado uma tonelada de documentos no ministério. Em 1992, ele ajudou a descobrir nos arquivos da polícia da ditadura de Alfredo Stroessner (1954-89) os chamados "Arquivos do Terror", onde disse que haviam três toneladas de material. Norma Barrios, responsável pelo processamento de documentos, destacou que das 10 mil pastas que compõem o acervo, cerca de 200 contêm informações sobre o papel dos militares na repressão durante a ditadura Stroessner. "Encontramos documentos que falam do G2, o grupo de inteligência encarregado de colocar em prática a Operação Condor, que podem servir nas investigações", explicou.

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