quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Senador Pedro Simon determina que só ele manda no PMDB gaúcho

O PMDB do Rio Grande do Sul costuma reunir sua executiva estadual nas segunda-feiras, pela manhã. Na última reunião, o tempo esquentou para valer na reunião. E o presidente regional do partido, o senador Pedro Simon, que costuma não ser contraditado, perdeu as estribeiras. Ele anunciou para os membros da Executiva do partido que havia chegado a hora de iniciar as conversações com outros partidos em torno da sucessão governamental do próximo ano. E informou que havia participado de um jantar com amigos e que tinha montado uma comissão que conduziria essas negociações, na qual estariam somente pessoas ligadas a ele, como Rospide Neto, o ex-deputado Odacir Klein e o presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, o vereador Sebastião Melo. Essa comissão também teria ficado, segundo o senador Pedro Simon, com a responsabilidade de montar a nova direção partidária. Ou seja, uma comissão “cachorrinho”, que lambe a mão do dono. Naturalmente, o senador Pedro Simon fez tudo isso sem qualquer consultado ao seu grande opositor dentro do PMDB gaúcho, o deputado federal Eliseu Padilha, nem a qualquer membro do seu grupo. Se Pedro Simon não tem papas na língua, ele pegou o bonde errado com o deputado federal Eliseu Padilha, que também costuma dizer “na lata” o que está pensando. E ele teve aquilo que os peemedebistas gaúchos não tiveram em mais de 30 anos de vida partidária: a coragem de contraditar na “bucha” o imperador peemedebista Pedro Simon. Eliseu Padilha foi direto, afirmou que não é ingênuo, que tem mais de 40 anos de vida partidária e que sabia muito bem o ponto que Pedro Simon pretendia atingir: a exclusão dele do comando do PMDB gaúcho. Padilha lembrou que recentemente Simon convocou vários líderes do PMDB para um jantar com o ex-governador Germano Rigotto e com o prefeito José Fogaça e que ele não foi convidado. Simon tentou caracterizar o encontro como um jantar de amigos, mas Padilha contestou: “O senhor pode jantar com quem quiser sem me convidar, mas se mandou a conta para o partido, era um encontro partidário e eu sou o secretário-geral”. Aí o imperador Simon perdeu as estribeiras e disse: “Se tu queres ficar com o partido, fica. Comigo tu não vais ser presidente. Estou indo embora”. Resultado: a senha foi jogada na mesa, agora Eliseu Padilha irá para a disputa, porque ele não costuma fugir da raia. Pedro Simon e o PMDB gaúcho, diante das exposições de muitos de seus quadros em função de investigações policiais, resolveu apostar fichas na figura do presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, figura confiável para qualquer negociação. Ele concorre a deputado estadual, em dobradinha com Luiz Fernando Zachia, que concorrerá a deputado federal. Assim, Sebastião Melo seria, na Assembléia Legislativa, o novo grande “negociador” das fatias de poder do partido, se tudo funcionar como os “luas pretas” peemedebistas imaginam. Falta consultar os russos (eleitores), como já dizia Garrincha para o técnico Feola.

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