quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Vítima do terrorista italiano Cesare Battisti quer ser ouvida pelo Supremo

O italiano Alberto Torregiani, uma das vítimas de um dos crimes pelos quais o terrorista Cesare Battisti é condenado na Itália, pediu nesta quarta-feira para ser ouvido pelo Supremo Tribunal Federal, que analisa o pedido de extradição feito pela Justiça italiana. Alberto é filho de Pierluigi Torregiani, assassinado em frente à joalheria da família, em Milão, e também foi vítima da mesma ação, cometida em 1979. Ele foi atingido por um tiro e ficou hemiplégico. "Se os juízes não conseguem decidir porque falta alguma informação, eu os aconselho a escutarem também as vítimas. Eles conhecem a história apenas das cartas processuais", disse Torregiani, retomando um pedido que já havia feito. Em março passado, ele solicitou ser ouvido pelo Supremo, o que foi rejeitado, já que o Supremo não prevê depoimentos. Contudo, ele argumenta agora que o "advogado de Battisti pode falar". No último dia 9 de setembro, quando o Supremo avaliava o caso, o advogado Luís Roberto Barroso, que defende o italiano, foi ouvido pelos magistrados. Atualmente, o julgamento encontra-se suspenso, ainda sem nova data, pois o ministro Marco Aurélio Mello pediu vista do processo. "Nós estamos prontos para qualquer decisão", continuou Torregiani que, ao ser questionado sobre a possibilidade de o pedido de extradição ser rejeitado, declarou: "Não creio que seria um bom exemplo da Justiça aos cidadãos". O terrorista Cesare Battisti é condenado na Itália à prisão perpétua por quatro homicídios cometidos na década de 1970, quando integrava o grupo PAC (Proletários Armados pelo Comunismo). Em janeiro passado, ele recebeu do governo brasileiro, por meio do peremptório ministro da Justiça, Tarso Genro, o status de refugiado político, e agora aguarda a decisão do Supremo, que pode acatar ou não o pedido de extradição feito pela Itália.

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