sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Disputa entre governo peronista argentino e grupo Clarín toma novo rumo

Um pedido do governo peronista argentino para que haja uma investigação contra uma empresa de comunicações está agravando a disputa entre a administração da presdidente populista Cristina Kirchner e um dos maiores grupos de mídia da América Latina. O ministro da Economia, Amado Boudou, pediu nesta semana a parlamentares que investiguem possíveis irregularidades financeiras na empresa de distribuição de papel-jornal Papel Prensa, alimentando as acusações da oposição de que o governo pretende nacionalizar a companhia. O Grupo Clarín, dono do jornal com o mesmo nome e do canal a cabo mais visto no país, além de rádios e de um provedor de Internet, também detém uma grande participação acionária na Papel Prensa. O governo e o grupo La Nación têm ações da empresa. Por isso, a investigação foi vista como parte da disputa que se arrasta há mais de um ano, desde que membros do governo acusaram o jornal Clarín de realizar críticas excessivas à peronista populista e muito incompetente Cristina Kirchner, cuja taxa de aprovação popular é inferior a 20%. Em setembro, a presidente argentina apresentou um projeto de reforma da lei de mídia que, segundo ela, traria mais competição ao setor. Críticos disseram que a intenção real era obrigar o Grupo Clarín a vender alguns de seus veículos. Boudou defendeu uma investigação para "analisar se o sócio majoritário usa a companhia para o seu próprio benefício", e se o Clarín está obtendo papel-jornal abaixo do preço de mercado por intermédio da Papel Prensa.

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